Festivais de música são atração da ‘cidade dos duendes’
Cracóvia é a cidade mais visitada da Polônia, por sua história e sua vida cultural.
Um dos programas bons e ainda fora do circuito turístico convencional é o Museu de Arte Contemporânea (en.mo cak.pl). O prédio, inaugurado em 2010, funciona em parte das antigas instalações da fábrica do industrial alemão Oskar Schindler (1908-1974), aquele que teria salvo mais de mil judeus dos nazistas, retratado no filme “A Lista de Schindler”, de Spielberg.
A programação do museu é sempre temática: como a arte vê o esporte, a questão de gênero etc. A exposição atual reúne obras que refletem sobre a própria arte.
A Art House de Cracóvia (facebook.com/pg/krakowar thouse) é atração ainda mais alternativa. Trata-se de uma casa de 1907 ocupada (com permissão dos donos) por um coletivo de artistas independentes que promove mostras, exposições, performances e festas.
Outro ponto de encontro é a livraria-galeria da fundação Razem Pamoja, na rua Jozefinska, 9. Fica perto do Forum Przestrzenie (r. Marii Konopnickiej, 28), hotel gigantesco da era soviética que ficou abandonado por anos. Hoje, é local de festas, feiras gastronômicas, shows. Aos domingos, no terraço em frente ao rio, mesas coletivas e cadeiras de praia ficam lotadas.
Nas imediações, em Kazimierz, o antigo bairro judaico, fica o Alchemia, bar de drinques criativos e casa de shows intimista de jazz, blues, música pop e rock.
A Cracóvia da nova Polônia tem restaurantes vegetarianos, naturalmente. O Amamamusi (rua Meiselsa,4) serve homus de vários sabores e vinho polonês. Já o Pod Norenami tem pratos vegetarianos com receitas pan-asiáticas, na r. Krupnicza, 6. Na mesma rua, número 12, universitários cracovianos se juntam para beber café torrado na hora e comer salgado orgânico no Karma.
Capital da Polônia entre 1038 e 1596 e Patrimônio Mundial da Unesco, Cracóvia também é célebre por seus tesouros culturais. Na praça principal do centro histórico fica a basílica da Assunção de Nossa Senhora, onde está o protagonista de uma saga histórica: o maior retábulo gótico de madeira do mundo, roubado pelos nazistas e recuperados pela resistência polonesa.
Em Rynek Glówny, o mercado do centro antigo erguido no século 12, há uma feira de lembranças e produtos típicos. No andar superior fica a galeria de arte polonesa do século 19 e, no porão, as fundações medievais do edifício.
A partir do centro pode-se fazer o Caminho Real, do Portão de São Floriano ao Castelo de Wawel, com vista para o rio Vístula. Perto está Kazimiers, bairro onde uma das maiores comunidades judaicas da Europa viveu por cinco séculos. A memória do fim dessa era está no museu Fabryka Schindlera, ao lado do Museu Contemporâneo. (IB) FOLHA,
Em três horas de trem de Cracóvia ou Varsóvia chegase a Wróclaw (pronuncia-se vrotsuaf), nomeada capital cultural da Europa em 2016.
Uma das principais atrações é a Ilha da Catedral, no rio Oder, com suas ruas de paralelepípedos e templos antigos. Dá para subir de elevador à torre da Catedral de São João Batista, do século 13, para ver a cidade e o rio do alto.
A antiga praça do Mercado (Rynek) também está cercada por edifícios históricos. O da antiga prefeitura, de estilo gótico, é um dos poucos que resistiram aos bombardeios da Segunda Guerra.
Também no bairro histórico está a praça do sal (Plac Solny), hoje transformada em mercado de flores. Perto dali, mas já na parte moderna da cidade, fica um sucesso do Instagram, o Monumento do Pedestre Anônimo.
No cruzamento das ruas Pilsudskiego e Swidnicka, figuras em bronze de cidadãos comuns se afundam no asfalto. As esculturas representam as pessoas obrigadas a viver na clandestinidade após a Lei Marcial de 1981, resposta do governo aos movimentos de oposição, como o Solidariedade, de Lech Walesa.
Igualmente famosas são as estátuas de duendes espalhadas por toda a cidade. Diz-se que há entre 200 e 300 anões de pedra, metal ou gesso na cidade, e caçá-los é uma das diversões dos turistas.
A três quadras do monumento aos pedestres há um novo (e já na moda) restaurante , o Dobra Karma (carma bom). Cozinha polonesa modernizada, garçons bonitos e vinhos por preços decentes garantem a fama do carma.
Perto dali, em direção ao rio, fica o Fórum Nacional de Música, um edifício de vidro, madeira e concreto aberto em 2015. A programação vai do clássico ao experimental, incluindo festivais como o Jazztopad, realizado em novembro. Neste maio, de 19 a 27, o espaço recebe o Musica Electronica Nova. (IB E MSSA)