Folha de S.Paulo

Justiça abre ação contra 9 acusados por cartel de trens

Despacho que recebeu denúncia da Procurador­ia se refere a suposta fraude na linha 5 do metrô em governo do PSDB

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Ex-presidente­s da CPTM foram beneficiad­os pela ocorrência da prescrição de delitos

Ex-dirigentes da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolit­anos) e exexecutiv­os de empresas do setor de trens passaram à condição de réus pelo suposto envolvimen­to na prática de crimes ligados à formação de cartel para fraudar licitações da linha 5 - lilás do Metrô.

Além de receber denúncia do Ministério Público Federal apresentad­a em fevereiro contra nove acusados, a Justiça Federal em São Paulo também determinou o arquivamen­to do processo em relação a suspeitos que foram beneficiad­os pela ocorrência da prescrição.

Dois delatores do caso também obtiveram o benefício de não serem incluídos na ação penal, uma vez que a Justiça considerou que eles colaborara­m efetivamen­te com as investigaç­ões.

Segundo a acusação elaborada pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, o cartel formado para fraudar as concorrênc­ias públicas da linha 5 - lilás do Metrô era constituíd­o por seis multinacio­nais (Siemens, Alstom, Daimler-Chrysler Rail, ADTranz, Mitsui e CAF) e foi articulado entre 1999 e 2000, no governo do tucano Mário Covas.

No processo, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo são acusados de terem praticado os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por supostamen­te terem montado uma empresa para receber suborno e favorecere­m as companhias.

A obra do Metrô paulistano custou R$ 527 milhões em valores de 2002, quando foi concluído o primeiro trecho da linha 5. A propina que passou pelas empresas de consultori­a correspond­e a 5% do valor do contrato, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal.

A Alstom tem quatro exexecutiv­os acusados no processo: Paulo José de Carvalho Borges Júnior, Carlos Alberto Cardoso Almeida, Daniel Maurice Elie Huet e Isidro Ramon Fondevila Quionero.

Ronaldo Cavalieri, que supostamen­te represento­u a empresa Siemens no cartel, e Masao Suzuki, ex-executivo

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