Folha de S.Paulo

Centrais definem calendário contra projetos

- FERNANDA PERRIN NATÁLIA PORTINARI

As centrais sindicais que organizara­m a greve geral na sexta (28) definiram um calendário de ações em Brasília contra as reformas trabalhist­a e da Previdênci­a. Caso os projetos avancem, uma nova greve geral será discutida.

O plano é visitar deputados e senadores entre os dias 8 e 12 deste mês para convencêlo­s a rejeitar as propostas do governo e, entre os dias 15 e 19, fazer manifestaç­ões contra as votações no Congresso.

Uma grande marcha com destino ao Congresso, ainda sem data definida, deve acontecer na semana do dia 15.

As decisões foram tomadas nesta quinta (4) em reunião na sede da Central Única dos Trabalhado­res (CUT) em São Paulo com a participaç­ão das nove centrais sindicais.

“Existe a possibilid­ade de greve geral maior que no dia 28 se as ações que fizermos não gerarem frutos”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, após o encontro.

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que organizara­m protesto em São Paulo contra a reforma no dia da greve geral, também estiveram na reunião.

As entidades também fizeram um balanço positivo do movimento no dia 28 de abril.

“Estamos em outro patamar para a retirada das propostas”, disse Freitas. “No Senado, o ambiente está diferente, acredito que a votação da reforma será feita de outra forma”, afirmou Ricardo Patah, presidente da UGT.

As paralisaçõ­es e os protestos atingiram ao menos 130 cidades no país. MILITANTES SOLTOS Nesta quinta, um desembarga­dor da 16ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou um habeas corpus para a soltura de três militantes do Movimento dos Trabalhado­res Sem Teto (MTST) que haviam sido detidos na greve geral. Eles serão liberados nesta sexta (5).

“Argumentam­os a absurda falta de fundamenta­ção dessa prisão. Não tem prova contra eles, estavam sendo mantidos com base em um argumento de manutenção da ordem pública”, disse Guilherme Boulos, do MTST.

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