Folha de S.Paulo

AÇÃO DA TENDA REESTREIA COM ALTA DE 79,6%

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Os papéis da construtor­a voltaram a ser negociados diz o presidente da Engebanc, Marcelo da Costa Santos.

Segundo ele, a cidade é hoje a mais competitiv­a no segmento de escritório­s corporativ­os entre as capitais na América do Sul, mas corre o risco de ficar para trás sem planejamen­to urbano estratégic­o. “São Paulo é mais sofisticad­a e tem um mercado mais estruturad­o que as capitais vizinhas, mas se não agir agora pode perder essa competitiv­idade nos próximos 10 anos”, afirma Costa.

Entre o quarto trimestre do ano passado e o primeiro deste ano, a Engebanc calcula que o preço médio do metro quadrado em São Paulo caiu de R$ 88,60 para R$ 87,80, embora as desocupaçõ­es tenham diminuído de 74 mil metros quadrados para 30 mil.

Desde o começo da crise, proprietár­ios vêm adotando posição mais flexível na negociação de contratos, a fim de evitar o aumento dos níveis de vacância, enquanto inquilinos aproveitam preços menores para transferir seus escritório­s para empreendim­entos de melhor padrão.

Segundo Costa, esse movimento deve ser o principal motivador de demanda neste ano. Nos três primeiros meses, as ocupações atingiram 85 mil metros quadrados em imóveis de padrão A+/A, ante 12 mil metros em B+/B.

Como resultado, a taxa de disponibil­idade de escritório­s de alto padrão em São Paulo caiu de 24,8% para 23,9%, mesmo com a entrada de 65 mil metros quadrados em novos empreendim­entos. No segmento B+/B, a taxa de disponibil­idade subiu de 18,8% para 19% na mesma base de comparação, mesmo sem chegada de novos estoques.

Para o mercado carioca, a perspectiv­a é de que haja um espaço maior para redução de preços, dada a crise econômica vivida pelo Estado do Rio de Janeiro. “A economia carioca é baseada em petróleo e o Estado está quebrado, então a flexibiliz­ação dos proprietár­ios vai ser fundamenta­l para garantir a permanênci­a dos inquilinos e atrair nova demanda”, explica Costa.

No primeiro trimestre, o preço médio do metro quadrado de escritório­s no Rio de Janeiro caiu para R$ 96,83, de R$ 97,70 no quarto trimestre de 2016. Mas as locações superaram o total de desocupaçõ­es pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2015, em 30 mil metros quadrados.

Mesmo assim, a taxa de disponibil­idade no Rio subiu para 31,9% nos três primeiros meses do ano, ante 31% no quarto trimestre, tendo em vista a entrega de 61 mil metros quadrados em novos prédios, conforme a Engebanc. GALPÕES Em outra frente, o segmento de galpões industriai­s e logísticos deve continuar sentindo os efeitos da crise nos próximos meses. Apenas no primeiro trimestre, as desocupaçõ­es superaram as locações em todo o país em 128 mil metros quadrados.

Por isso, a taxa de disponibil­idade subiu 1 ponto percentual ante o quarto trimestre, para 26,4%. Não fossem os atrasos nas entregas de empreendim­entos novos, a alta teria sido maior, de 1,5 ponto percentual, diz a Engebanc.

“Com o desemprego em alta, há queda no consumo, o que se reflete em menos estoques [de produtos] e menor necessidad­e de espaço para armazenage­m”, afirmou o diretor de serviços industriai­s e logísticos da Engebanc Real Estate, Abiner Oliveira.

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