Folha de S.Paulo

Sobra de energia pode ajudar na meta fiscal

Ideia é leiloar no mercado livre sobreofert­a que está nas mãos de distribuid­oras; tarifa poderia cair para grande indústria

- JULIO WIZIACK

Para contratos de cinco anos, equipe econômica acredita que União conseguiri­a levantar até R$ 2,9 bilhões

Em busca de receitas para cumprir a meta fiscal deste ano, o governo estuda leiloar as sobras de energia das distribuid­oras. A equipe econômica estima que essa medida poderá destravar o setor e atrair até R$ 27 bilhões para a União se todo o excesso de energia estiver à venda.

As distribuid­oras hoje só podem vender energia dentro do que se chama mercado regulado, que tem preços definidos. Nesse segmento, não há demanda desde 2015 porque a crise econômica derrubou o consumo de energia. Por isso, há uma sobreofert­a de cerca de 4.000 MW médios. A oferta, no entanto, poderia chegar a um teto de 8.000 MW médios que estão sobrando no sistema.

Como parte dessa energia pertence à própria União, a ideia que está na mesa é, provavelme­nte por meio de um decreto, permitir que comerciali­zadoras assumam os contratos das distribuid­oras com as geradoras vendendo essa energia no mercado livre, aquele que não tem controle de preço e atende grandes indústrias.

A proposta é começar os leilões com 2.100 MW médios. Para contratos de cinco anos, a equipe econômica acredita que a União conseguiri­a levantar R$ 2,9 bilhões. Para 20 anos, a outorga de venda daria R$ 7 bilhões e chegaria a R$ 27 bilhões se os 8.000 MW fossem colocados à venda pelo mesmo período.

Caso o governo decida seguir esse caminho, os leilões seriam marcados dentro de seis meses, segundo pessoas envolvidas no planejamen­to dessas medidas.

Os recursos seriam usados para reforçar o caixa do governo e ajudar no cumpriment­o da meta de deficit de R$ 129 bilhões deste ano. TARIFAS

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