Folha de S.Paulo

Brooklyn, alheios aos sofrimento­s dos seus pais. Jack é filho de um ator meio falido que chora escondido

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quando seu pai morre e de uma psicanalis­ta que claramente precisa de psicanális­e. Tony é filho de uma chilena que fuma dentro de casa e deixa as crianças jogarem videogame, sem um lampejo de culpa, e de um pai enfermeiro sem fronteira que deve estar em algum lugar do mundo.

Trava-se entre os dois um afeto instantâne­o, mas no meio do caminho havia uma gentrifica­ção. Os pais de Jake se tornaram os donos da loja de vestidos artesanais da mãe de Tony, e acreditam que o aluguel poderia ser mais alto. Eles sofrem em cima de planilhas enquanto tomam vinho branco. É tudo muito parado. É tudo muito dinâmico.

Há momentos de rame-rame, em que a cara de contemplaç­ão dos jovens parece não servir a outro propósito que não dar um verniz de arte à cena. Mas são um ou outro. No mais, as atuações contidas, mesmo no clímax do drama, são uma aula.

O título original, “Little Men”, cai como uma luva (ou como um spoiler) na relação dos dois moleques, que se veem obrigados a serem pequenos homens quando os interesses dos seus sobrenomes entram no jogo. E adivinha quem ganha? (LITTLE MEN) DIREÇÃO Ira Sachs ELENCO Theo Taplitz, Michael Barbieri, Paulina Garcia, Greg Kinnear e Jennifer Ehle PRODUÇÃO EUA, 2016; 10 anos QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO muito bom DIREÇÃO Ash Brannon PRODUÇÃO EUA/China, 2016; livre QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO regular

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