Mesmo à distância, Dirceu, que estava preso preventivamente desde 2015, foi homenageado pelos petistas com
DE SÃO PAULO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira (5), na abertura da etapa paulista do congresso do PT, que, se quiserem o “pegar”, terão que competir com ele pelas ruas do país.
Após citar a hipótese de ser preso, afirmou que “hoje, aos 71 anos, está com mais tesão para ser candidato”. “Se quiserem me pegar, se quiserem evitar minha candidatura, terão que competir comigo pelas ruas deste país”
O petista disse que há dois anos ouve pela imprensa que será preso no dia seguinte: “Se não me prenderem logo quem sabe um dia eu mande prendê-los por mentira”.
Lula chamou José Dirceu —libertado da prisão pelo Supremo Tribunal Federal na terça-feira (2)— de companheiro e voltou a afirmar que existe um “pacto diabólico entre a operação Lava Jato e os meios de comunicação”.
Dirceu, que estava preso desde 2015 por decisão de Sergio Moro, juiz responsável pela Lava Jato em primeira instância, foi ovacionado pelos petistas no início do evento.
Em seu discurso, Lula disse que há uma tese pronta contra ele sobre a qual falará na quarta-feira (10), durante seu depoimento a Moro.
Após elencar críticas às medidas implementadas pelo governo Michel Temer, o petista voltou a falar de seu próprio destino. “Estou mais preocupado com o que pode acontecer com a classe trabalhadora do que com o que pode acontecer comigo”.
Lula também chamou o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de almofadinha e disse que seus opositores devem estar desesperados com a ascensão nas pesquisas do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), a quem definiu definiu como fascista.
O ex-presidente se comparou a um pé de mandacaru, capaz de sobreviver na seca.
Durante 50 minutos de discurso, Lula se disse um homem de sorte e paciente. “Na hora que tentam destruir uma biografia que não devo a eles, devo a vocês, vão ter que me enfrentar outra vez nas ruas.” DIRCEU