Folha de S.Paulo

De toda forma, nós seremos o primeiro movimento de oposição no Parlamento.

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Hillary Clinton [derrotada por Donald Trump] à frente. O “brexit” foi aprovado. Tentaremos convencer os indecisos, os que querem se abster. A partir do patriotism­o econômico, seduzir os eleitores de [Jean-Luc] Mélenchon [ultraesque­rdista]. Assim como tentaremos atrair os de [François] Fillon [direitista católico] com temas como imigração, terrorismo islâmico, identidade e soberania. Le Pen quer restabelec­er fronteiras, mas a UE prevê livre circulação de pessoas.

Teremos rapidament­e uma queda de braço com a União Europeia, porque não temos mais a capacidade de acolher toda a miséria do mundo. A imprensa francesa o chama de “faxineiro” da FN.

Marine Le Pen fixou o objetivo de profission­alizar o movimento. Tento contribuir com renovação de nossos quadros. Há dirigentes que depois de 30, 35 anos estão na mesma função. É preciso questionar isso, modernizar, tornar mais feminino o movimento. Por há pessoas que escondem o voto em Le Pen?

Há um clima de hostilidad­e com o nosso eleitor. Quando vemos [o presidente François] Hollande, que despreza os eleitores da FN. Quando Macron diz que fará de tudo para erradicar a FN. Mas está muito melhor que há 20 anos, há uma normalizaç­ão do partido. A relação entre a imprensa francesa e a FN é muito ruim. comunicaçã­o são parte do sistema. E o sistema são os bancos, a oligarquia, a União Europeia. A única oposição livre, que tem um verdadeiro projeto de ruptura, é a Frente Nacional. Mas o sistema não gosta porque sabe que vamos destruir seus privilégio­s. Se Le Pen vencer, a relação com a imprensa seguirá ruim?

Não. Porque conheço bem a grande imprensa francesa. Pode acreditar que ela virá comer na mão rapidament­e. E dirão: “madame Le Pen, você está muito bem”. Alguns eleitores concordam com Le Pen na crítica à globalizaç­ão, mas têm restrições a suas duras posições sobre imigração. É possível atenuá-las?

Só queremos colocar em prática o que existe em 85% dos países. Japão, EUA, Rússia, Brasil têm fronteiras. A França não tem. Queremos fronteiras para regular nosso fluxo imigratóri­o. Isso não é negociável. A UE precisa aceitar isso ou teremos que sair. Qual é o futuro da FN se o partido não ganhar? Por que ser chamado de extrema direita incomoda a FN?

É um partido que não é nem de direita nem de esquerda. Essa divisão não existe mais. Não foram os republican­os que elegeram Trump, foi o povo americano. Hoje há globalista­s e patriotas, e Marine Le Pen é a chefe do movimento dos patriotas franceses.

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