Folha de S.Paulo

Cielo sofre para recuperar instinto em retorno, mas sinaliza evolução

Nadador termina em 2º nos 50 m livre, atrás de Bruno Fratus, mas faz melhor marca desde 2014

- PAULO ROBERTO CONDE

No fundo, está tudo ali. A velocidade, os tapas que deixam o peitoral enrubescid­o, os repetidos sinais da cruz antes da largada e a insatisfaç­ão com marcas que para outros seriam excelentes.

Nas sete vezes em que caiu na piscina do Parque Aquático Maria Lenk para disputar o troféu de mesmo nome, sua primeira competição em um ano, Cesar Cielo foi quase idêntico ao do passado.

Conquistou medalhas (um ouro, uma prata e dois bronzes), atraiu os olhares e, se não com a potência de antes, registrou alguns tempos entre os melhores do mundo –o quarto nos 50 m borboleta.

Na noite deste sábado (5), ele chegou em segundo nos 50 m livre com outra marca expressiva: seu 21s79 é o sexto tempo da temporada e sua melhor marca desde 2014.

O que diferiu, então? A confiança, que só vem com fluência e repetição. Ao longo da semana, Cielo reiterou que lhe faltou aquele traquejo de outrora, quando a mente automatica­mente ajusta o corpo para o que deve fazer.

“Eu estou pensando muito antes da prova. Antes, isso era muito automático. Mas isso só vem com repetição.”

No jargão futebolíst­ico, o velocista está “sem ritmo de jogo”, sobretudo em razão dos nove meses em que esteve praticamen­te parado no desdobrame­nto de sua decepção de perder os Jogos do Rio. Ele se ressente da falta de “instinto” competitiv­o.

Em 2016, ele perdeu a vaga olímpica nos 50 m livre para Bruno Fratus e Italo Duarte, mas não foi exatamente lento. O tempo de 21s91 que fez na seletiva, e que o deixou atrás dos compatriot­as, ficou entre os 20 melhores do ano.

Desde aquele fatídico abril, Cielo entrou em longa temporada de recesso que se encerrou somente em janeiro. Ainda assim, a meta de voltar à seleção foi concluída.

“Preciso ter consciênci­a, apesar de ser um competidor, que com três meses de treino eu não voltaria à forma de campeão mundial”, disse.

O fato positivo é que o velocista tem dois meses para fazer esse ajuste fino e readquirir o ritmo antes do Mundial de Budapeste, em julho.

Cielo será convocado para nadar pelo menos o potente revezament­o 4 x 100 m livre brasileiro, que ainda tem Fratus, Gabriel Santos e Marcelo Chierighin­i. Indagado pela Folha se vai apresentar-se para a prova coletiva, não hesitou: “Mas com certeza.”

Cielo sabe que o quarteto tem boa chance de subir ao pódio na Hungria, já que a soma dos tempos de cada um aponta o Brasil como segundo país mais rápido, atrás da Estão quase decididos os atletas que defenderão o Brasil no Mundial. Felipe Lima e João Gomes Júnior (100 m peito), Thiago Simon (200 m peito), Gabriel Santos e Marcelo Chierighin­i (100 m livre), Leonardo de Deus (200 m borboleta) e Henrique Martins (100 m borboleta) obtiveram os melhores índices e estão garantidos. Brandonn Almeida (400 m medley) e Guilherme Guido (100 m costas) empataram na disputa pela última vaga. A CBDA deve levar ainda atletas que ficaram fora do corte, mas com bons tempos como Fratus e Cielo. Austrália –a seletiva dos EUA ainda não aconteceu.

Ele também deve ser convocado para nadar os 50 m livre, assim como Fratus.

Para quem era dado como aposentado há alguns meses, a perspectiv­a de ir ao Mundial em julho com chance de pódio é animadora.

O Sada Cruzeiro tenta obter um feito inédito na história da Superliga masculina de vôlei. O time disputa neste domingo (7), em Belo Horizonte, às 10h (com Globo e SporTV 2), a final do principal torneio nacional da modalidade contra o Funvic Taubaté, e pode se tornar a primeira equipe a conquistar quatro títulos consecutiv­os.

O Cruzeiro foi campeão pela primeira vez na temporada 2011/2012 e só não alcançou a marca histórica antes porque no campeonato seguinte perdeu a final para o RJX, do Rio. Nos últimos três torneios, os cruzeirens­es voltaram a levantar o troféu.

Para ampliar sua hegemonia, o time conta com as cortadas do ponteiro cubano Leal, que na última quinta (4) foi autorizado pela federação internacio­nal a disputar jogos pela seleção brasileira.

Do outro lado, porém, estará o oposto Wallace, do Taubaté, maior pontuador da história da Superliga, tentando estragar a festa mineira.

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Luciano Belford/Agif/Folhapress Cesar Cielo agradece apoio da torcida no Troféu Maria Lenk

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