Folha de S.Paulo

França elege Emmanuel Macron, 39, centrista e sem partido tradiciona­l

Em sua primeira eleição, ex-ministro da economia recebe 2/3 dos votos válidos; 25,4% se abstêm

- SEGUNDA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 2017 DIOGO BERCITO RODRIGO VIZEU

Depois de campanha polarizada, futuro presidente promete fim de ‘razões para votar nos extremos’ e união

seis meses contra o dólar.

Macron também defendeu, na campanha, uma sociedade mais multicultu­ral, enquanto Le Pen, diante da imigração crescente e da recente onda de atentados no país (o mais letal deles deixou 130 mortos em novembro de 2015), quer fechar fronteiras.

Na festa no Louvre deste domingo, eram visíveis bandeiras da Síria —refugiados do país em guerra civil têm se espalhado pela Europa e temem a aversão a imigrantes.

Será determinan­te, agora, quanto apoio virá dos tradiciona­is Partido Socialista e Republican­os, derrotados.

As duas siglas se uniram em torno da candidatur­a d Macron contra Le Pen, mas não especifica­mente por concordar com sua plataforma. O mesmo vale para o eleitorado. A adesão à campanha de Macron foi vista como maneira de impedir Le Pen de chegar até a Presidênci­a.

Em seu discurso, o candidato, que obteve só 24% no primeiro turno, fez referência aos que votaram nele sem compartilh­ar de suas ideias, mas “simplesmen­te para defender a república”: “Eu sei que não se trata de uma carta branca. Sei de nossas discordânc­ias, vou respeitá-las”.

O voto na França é facultativ­o, e a abstenção neste turno chegou a 25,4%, a maior em 48 anos. Brancos e nulos somaram 4,2 milhões —11,5% dos votantes, um recorde.

Le Pen venceu em partes das regiões nordeste e sul do país. Já Macron foi bem nas grandes cidades e bateu a adversária por 89,7% em Paris.

 ??  ?? Emmanuel Macron, presidente eleito da França, e Brigitte Trogneux, sua mulher
Emmanuel Macron, presidente eleito da França, e Brigitte Trogneux, sua mulher

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil