França elege Emmanuel Macron, 39, centrista e sem partido tradicional
Em sua primeira eleição, ex-ministro da economia recebe 2/3 dos votos válidos; 25,4% se abstêm
Depois de campanha polarizada, futuro presidente promete fim de ‘razões para votar nos extremos’ e união
seis meses contra o dólar.
Macron também defendeu, na campanha, uma sociedade mais multicultural, enquanto Le Pen, diante da imigração crescente e da recente onda de atentados no país (o mais letal deles deixou 130 mortos em novembro de 2015), quer fechar fronteiras.
Na festa no Louvre deste domingo, eram visíveis bandeiras da Síria —refugiados do país em guerra civil têm se espalhado pela Europa e temem a aversão a imigrantes.
Será determinante, agora, quanto apoio virá dos tradicionais Partido Socialista e Republicanos, derrotados.
As duas siglas se uniram em torno da candidatura d Macron contra Le Pen, mas não especificamente por concordar com sua plataforma. O mesmo vale para o eleitorado. A adesão à campanha de Macron foi vista como maneira de impedir Le Pen de chegar até a Presidência.
Em seu discurso, o candidato, que obteve só 24% no primeiro turno, fez referência aos que votaram nele sem compartilhar de suas ideias, mas “simplesmente para defender a república”: “Eu sei que não se trata de uma carta branca. Sei de nossas discordâncias, vou respeitá-las”.
O voto na França é facultativo, e a abstenção neste turno chegou a 25,4%, a maior em 48 anos. Brancos e nulos somaram 4,2 milhões —11,5% dos votantes, um recorde.
Le Pen venceu em partes das regiões nordeste e sul do país. Já Macron foi bem nas grandes cidades e bateu a adversária por 89,7% em Paris.