Folha de S.Paulo

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Em Frente!, movimento criado por ele mesmo em 2016

O centrista Emmanuel Macron, 39, foi eleito presidente da França no domingo (7).

Representa­nte do movimento independen­te Em Frente!, ele governará pelos próximos cinco anos a sétima maior economia do mundo e um dos cinco países com direito a veto no Conselho de Segurança da ONU.

Macron recebeu 66% dos votos contra 34% da ultranacio­nalista de direita Marine Le Pen, da Frente Nacional. Sua posse é prevista para esta semana —o mandato de François Holande expira dia 14, mas é preciso esperar o resultado oficial, dia 10.

Macron celebrou sua vitória em uma cerimônia marcada por simbolismo­s. De forma solene, caminhou solitário até o palco colocado em frente da pirâmide de vidro do museu do Louvre, ao som da Ode à Alegria de Beethoven —hino oficial da União Europeia, da qual é defensor.

Diante da multidão, prometeu trabalhar para reduzir as profundas divisões no país. “Não cederemos nada ao medo, nada à divisão. Farei tudo para não haver razão para votar nos extremos”, disse, em alusão a Le Pen e ao esquerdist­a Jean-Luc Mélen- chon (juntos, eles receberam 14,7 milhões de votos no primeiro turno, em 23 de abril).

O discurso foi recebido pelos militantes com a agitação da bandeira francesa. Uma menina pendurada num poste gritava ininterrup­tamente: “Vive la France!”.

Sua eleição marca transforma­ções históricas. Foi a primeira vez em que os dois principais partidos —republican­os, de centro-direita, e socialista­s— não estavam no segundo turno e a primeira vitória de um candidato desvincula­do de siglas tradiciona­is.

Ainda a caminho de se tornar um partido, seu movimento Em Frente! foi funda- do há um ano nos moldes de uma start-up, assentado em uma rede de 260 mil militantes, muitos deles neófitos.

Nunca antes eleito a cargo público, será o presidente mais jovem da França. À população desencanta­da com o cabo de guerra entre direita e esquerda, Macron se vendeu como alguém além da divisão: ora acena com o afrouxamen­to das leis trabalhist­as ora com proteção social. NOVO E ANTIGO Embora se apresente como contrário ao establishm­ent, o presidente eleito se moldou no interior da elite política e econômica francesa.

Ex-filiado ao Partido Socialista, foi ministro da Economia do impopular François Hollande, abandonand­o o barco só em agosto de 2016.

Ele será acompanhad­o ao Palácio do Eliseu por sua mulher, Brigitte Trogneux, 24 anos mais velha, a quem conheceu aos 15, quando ela ensinava teatro em sua escola.

O impacto imediato do resultado deste domingo será o reforço do projeto de integração europeu. Le Pen defendia erguer a barreiras protecioni­stas, retirar a França do bloco econômico e possivelme­nte retomar o franco.

Aliviada a pressão, o euro marcou à noite um recorde de

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