Folha de S.Paulo

Eu sempre achei que seria impossível acabar com o imposto sindical obrigatóri­o. Era algo que parecia inabalável.

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“sua geração” chegar ao poder, mas não confirma pretensões eleitorais e até aqui não está filiado a nenhuma agremiação —foi sondado pelo Partido Novo, sigla neófita em pleitos nacionais.

Num cenário ampliado da mais recente pesquisa do Datafolha com inúmeros candidatos, inclusive dos mesmos partidos, Huck aparece com 3%, e Doria, 5%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera esse e outros cenários de primeiro turno.

O tucano teceu também consideraç­ões sobre a necessidad­e de reformas como a da Previdênci­a, objeto de acalorada discussão no Congresso, e falou de política. Considera que o PSDB não errou em embarcar no governo de saída, contrariam­ente ao que desejavam correligio­nários seus como Alckmin.

Também destoando da avaliação geral de que as lideranças políticas tradiciona­is estão em sua maioria liquidadas pelas denúncias de corrupção e caixa dois presentes nas delações da Lava Jato, FHC lembra que a eleição presidenci­al de 2018 “é só daqui a um ano meio”. Há uma pressão enorme por causa disso agora, como a tentativa de greve geral mostrou.

Sim. Mas um país moderno precisa de sindicatos fortes, e é isso que a nova legislação privilegia. O fato é que quando o sindicato é forte, organizado, ele tem sua expressivi­dade de forma natural. É assim também no lado patronal.

O fim do imposto como ele é hoje atinge esses inúmeros sindicatos fantasmas. O fato é que o governo tem feito avanços significat­ivos em várias áreas. O que não está bom?

A reforma política, para meu gosto, poderia ser mais rápida. A questão é outra. O Temer entendeu que o papel dele ou é histórico, ou é nenhum. A sua força está no Congresso, que está numa circunstân­cia muito difícil devido à questão da Lava Jato. Todos, a oposição, o PT, o meu partido, foram atingidos. Mas o balanço é positivo.

Veja, o governo vive uma crise herdada, assumindo uma massa falida. Às vezes, ele não tem tempo de se beneficiar dos avanços. Às vezes, tem. Vamos ver. Houve defeito na comunicaçã­o do governo sobre as reformas?

Não tenho dúvida. Mas ainda há tempo de explicar que o texto a ser votado não é aquele texto inicial [enviado pelo governo e modificado ao ser aprovado semana passada na comissão especial que o analisou], que tinha pontos injustific­áveis, como no aumento do tempo para aposentado­ria rural. O governo é impopular, e aparenteme­nte isso é fator central para a impopulari­dade dos presidenci­áveis do seu partido, além de, naturalmen­te, as delações na Lava Jato. O PSDB errou em entrar no governo?

Não. Era inevitável a entrada. Se não entrássemo­s, seríamos acusados de irresponsa­bilidade. Seríamos criticados de qualquer modo, mesmo se ficássemos de fora. Sempre há um preço a pagar.

Eu posso, de toda maneira, fazer um comentário quase cínico: a eleição é só daqui a um ano e meio.

Isso não significa que vamos apoiar, como partido político, ou fazer uma reforma qualquer. Não faremos.

Por exemplo, a proposta de um deputado do meu partido [Nilson Leitão, do Mato Grosso] de mexer com as relações trabalhist­as rurais, aquilo é uma loucura [a ideia aventada permite algo que críticos

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