Folha de S.Paulo

Casa Branca nega

- ISABEL FLECK

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu em fevereiro ao então diretor do FBI (polícia federal americana), James Comey, que encerrasse uma investigaç­ão federal sobre Michael Flynn um dia depois de o conselheir­o de Segurança Nacional renunciar, segundo o “New York Times”.

O registro do pedido de Trump estaria em um memorando escrito por Comey — demitido na semana passada—, de acordo com dois funcionári­os do governo que tiveram acesso ao documento.

Se confirmada a existência do memorando —que não foi visto pela reportagem do “New York Times”—, essa será a primeira evidência de que o presidente tentou interferir nas investigaç­ões sobre possíveis ligações de membros da sua equipe com a Rússia durante as eleições.

Flynn caiu após ter sido revelado que discutiu as sanções aplicadas contra Moscou com o embaixador russo, Sergey Kislyak, antes mesmo de Trump tomar posse.

Segundo o governo, o então conselheir­o mentira ao vice-presidente, Mike Pence, sobre o conteúdo da conversa, escondendo que o tema tinha sido tratado.

“Ele [Flynn] é um bom sujeito. Eu espero que você deixe isso para lá”, disse Trump ao então diretor do FBI em 14 de fevereiro, segundo o memorando. O presidente teria dito a Comey que Flynn não fizera nada de errado.

Em nota, a Casa Branca negou que Trump tenha feito qualquer pedido a Comey e disse que a reportagem não é um “retrato verdadeiro ou exato da conversa” dos dois.

“Embora o presidente tenha expressado repetidame­nte sua opinião de que o general Flynn é um homem decente, (…) ele nunca pediu ao sr. Comey ou a qualquer outra pessoa para encerrar qualquer investigaç­ão.”

Após a publicação da reportagem, o chefe do Comitê de Fiscalizaç­ão e Reforma do Governo na Câmara, o republican­o Jason Chaffetz, pediu ao FBI toda a documentaç­ão existente sobre as conversas entre Trump e o ex-diretor.

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