Sob Doria, trânsito piora na marginal e melhora na cidade
CET aponta forte aumento de congestionamentos na Tietê na hora de pico tanto no trimestre como após novos limites
Lentidão caiu na média de outras vias de SP; especialistas levantam hipóteses, e gestão diz ser cedo para concluir
Ao contrário do que ocorreu na cidade de São Paulo, onde a média de congestionamentos diminuiu, a lentidão do trânsito teve aumento significativo na marginal Tietê e leve alta na marginal Pinheiros nos horários de pico nos três primeiros meses da gestão João Doria (PSDB).
Os dados foram levantados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ligada à prefeitura, e consideram a soma das médias de engarrafamento de janeiro a março deste ano, nos horários de pico da manhã e da tarde.
A tendência é semelhante tanto considerando os primeiros três meses de Doria como só os dois meses posteriores à elevação dos limites de velocidade nas marginais, bandeira eleitoral do prefeito, em vigor desde 25 de janeiro.
Pelas medições da CET, a média de vias congestionadas na capital caiu 10% no rush da manhã e 36% no da tarde no primeiro trimestre do ano, ante igual período de 2016.
Já na marginal Tietê houve uma piora de 75% de manhã e de 14% à tarde. Na Pinheiros, a variação foi de 4% e 0,5%, respectivamente.
De 12 médias de lentidão consolidadas pela gestão Doria nas marginais até março, por mês e período do dia, nove pioraram, duas melhoraram e uma ficou estável em relação a 2016.
A CET diz que realiza estudos para entender os dados e que ainda não é possível tirar
Especialistas em trânsito citam diferentes hipóteses para a piora dos congestionamentos nas marginais.
Para Luiz Carlos Néspoli, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), os novos limites de velocidade anunciados por Doria —de até 90 km/h, na pista expressa, contra os 70 km/h anteriores— podem ter atraído motoristas que usavam outros caminhos.
“Se aumentou a lentidão, é porque houve maior volume de carros entrando na via. Pode ser que mais gente tenha decidido usar aquela rota.”
Horácio Figueira, mestre em engenharia de transportes pela USP, cita também outro elemento que merece ser analisado: