Folha de S.Paulo

Mineirinho mira se tornar 1º brasileiro bicampeão

Paulista assume vice-liderança do ranking após vencer etapa do Rio

- ADRIANO VIZONI GUILHERME SETO

SURFE

Mais velho entre os surfistas da “Brazilian Storm” (como é chamada a atual geração do surfe brasileiro), Adriano de Souza, o Mineirinho, 30, tinha a ambição de ser o primeiro campeão mundial do país. Viu Gabriel Medina ganhar em 2014, mas conseguiu seu título em 2015.

Nesta quarta (17), ele foi campeão da etapa do Rio do Mundial, em Saquarema (RJ), saltou para segunda posição do ranking —empatado com o australian­o Owen Wright e o sul-africano Jordy Smith (24.400 pontos)— e aproximou-se do líder John John Florence (24.750 pontos).

Com isso, ele pode marcar seu nome de maneira diferente e, no fim do ano, ser o primeiro bicampeão do país.

“Nunca sonhei em ser bi ou tri. Só sonhei em ser campeão e cravar meu nome para sempre na história do surfe”, disse o surfista à Folha.

Mineirinho ganhou o apelido justamente pelo estilo discreto —ele é originário do Guarujá, litoral paulista.

Ganhar mais um título significar­ia entrar em uma lista seleta composta por apenas sete surfistas que ganharam mais de uma vez o título mundial desde 1976: Mark Richards (AUS), Tom Carroll (AUS), Tom Curren (EUA), Damien Hardman (AUS), Kelly Slater (EUA), Andy Irons (HAV) e Mick Fanning (AUS).

O outro brasileiro que teria chances, Medina, foi eliminado na quinta rodada em Saquarema e ocupa apenas a décima posição no ranking.

Antes da etapa, Mineirinho disse à reportagem que estava muito cansado. Não foi o que aparentou na fase final.

Ele teve desempenho vigoroso, com uma profusão de manobras clássicas, diferentem­ente do que fazem os brasileiro­s mais queridos do público, que apostam em espetaculo­sos aéreos.

Sua passagem pela etapa foi acachapant­e: vitórias em todas as baterias disputadas e maiores notas individual (9,83) e combinada (18,50 em uma bateria) em Saquarema.

As apresentaç­ões de gala começaram nas quartas de final. Com ótimas notas, não deu chances para o campeão mundial Joel Parkinson.

Na sequência, enfrentou Yago Dora. Em um mar de poucas ondas, eliminou o garoto que foi sensação do campeonato ao bater os campeões John John Florence, Gabriel Medina e Mick Fanning.

Na decisão, enfrentou o adversário que mais dificultou sua vitória, Adrian Buchan, 34. Mineirinho garantiu a conquista com nota total de 17,63 contra 17,23 do rival.

“Todas as baterias foram difíceis. Para vencer o evento teria de me sobressair em todas. A torcida foi o grande detalhe a meu favor”, disse.

Nas areias da praia de Itaúna, ele teve o nome cantado pelos milhares de presentes.

Mais empolgado que de costume, o surfista deu uma espécie de volta olímpica de jet-ski, e arremessou óculos, chinelos, strep (a cordinha da prancha) e relógio de pulso para os torcedores.

Mineirinho chegou a sete vitórias em etapas do Circuito Mundial —Mundaka- 2009, Rio-2011, Peniche-2011, Bells Beach-2013, Margaret River-2015 e Pipeline-2015—, empatando com Medina.

A torcida do Palmeiras está proibida de ir aos três próximos jogos do clube fora de casa na Libertador­es. A punição imposta nesta quarta-feira (17) pela Conmebol é referente à briga generaliza­da dentro e fora de campo após a partida contra o Peñarol, no Uruguai, em 26 de abril, pela quarta rodada da fase de grupos do torneio continenta­l.

O clube alviverde também foi multado em US$ 80 mil (cerca de R$ 250 mil) pela confederaç­ão sul-americana.

Caso avance aos mata-matas da Libertador­es, o Palmeiras não contará com torcedores nos jogos fora de casa nas oitavas de final, nas quartas de final e nas semifinais.

A punição gerou indignação em Alexandre Mattos, diretor de futebol do clube.

“É revoltante. A gente não consegue entender os critérios. Se tivesse meio jogo de punição já seria revoltante. Fomos vítimas. Vamos recorrer. A Conmebol tem de se explicar”, afirmou Mattos na chegada da delegação no Allianz Parque, onde o Palmeiras venceu o Inter, nesta quarta, pela Copa do Brasil.

“Se estivéssem­os errados, eu seria o primeiro a falar. Isso acarreta em desequilíb­rio técnico. O culpado é o Peñarol”, disse o diretor de futebol, que logo após o incidente no Uruguai afirmou que o Palmeiras havia sido vítima de uma “tocaia”.

“Se a equipe de segurança do Palmeiras não está aqui [no Uruguai] aconteceri­a uma tragédia. Fizeram uma tocaia. Trancaram a porta”, disse Mattos na ocasião.

Havia o risco de o clube brasileiro sofrer alguma sanção envolvendo jogos como mandante, como a interdição de setores do Allianz Parque ou até a realização de partidas com os portões fechados. Tanto que a venda de ingressos para o duelo diante do Atlético Tucumán (ARG), no próximo dia 24, o último da fase de grupos, havia sido adiada para aguardar o posicionam­ento da Conmebol.

Na semana passada, a confederaç­ão suspendeu o volante Felipe Melo por seis jogos por conta da participaç­ão na briga. Ele deu um soco no rosto do meia Matías Mier durante o confronto entre os jogadores das duas equipes.

Outros três jogadores do Peñarol (Nahitan Nández, Lucas Hernández e o próprio Mier) receberam a mesma suspensão, além de uma multa de US$ 10 mil (R$ 31 mil).

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Adriano Vizoni/Folhapress Mineirinho comemora título da etapa do Rio do Mundial

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