TIRO CERTO
A possibilidade de Michel Temer nomear o segundo e até o terceiro colocado na eleição interna do Ministério Público Federal para o comando do órgão já é considerada provável por integrantes da carreira. A opção quebraria tradição inaugurada há 14 anos, no governo Lula, de indicação do mais votado para o cargo.
LEGÍTIMO
A categoria, no entanto, não deve reagir. “A nós cabe escolher uma lista tríplice com nomes que tenham capacidade, conhecimento, estofo e liderança. E entregar ao presidente da República para que ele faça a sua escolha”, diz José Roberto Robalinho Cavalcanti, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República. Ele afirma que a “participação do poder executivo dá legitimação maior ao cargo”.
PESO PESADO
Robalinho acredita, no entanto, que a votação de cada candidato ao comando da PGR vai pesar na escolha. “Ou entregaríamos ao Presidente da República uma lista em ordem alfabética.”
RACHA
A Lava Jato causa fissuras no alto escalão da advocacia. No jantar em desagravo que oferecerão aos advogados de Lula, no domingo, juristas e defensores devem se manifestar contra o criminalista René Ariel Dotti, um dos mais conhecidos do país. No interrogatório de Lula ao juiz Sergio Moro, ele, que é assistente de acusação da Petrobras, chegou a gritar com defensores do petista, exigindo respeito ao magistrado.
RISCO PESSOAL
Depois disso Dotti recebeu cartas de advogados manifestando “decepção”. “Eu achei é que a audiência estava sendo interrompida sistematicamente pelo advogado [de Lula]”, diz Dotti. “Eu advoguei muito no tempo da Justiça Militar, quando havia não apenas cerceamento de defesa mas risco pessoal. Fiz requerimentos, entrei contra militares por abuso de poder. Mas nunca procurei interromper audiência.”