Cabeleireira trans que presidiu Câmara no ES
Vereadora por quase três mandatos na pequena Nova Venécia (a 245 km de Vitória), Moacyr Sélia Filho, a Moa, costumava dizer que sofria mais preconceito por ser honesta que por ser transexual.
A cabeleireira se candidatou três vezes até ser eleita, com 740 votos, em 2004. Ganhou com o slogan “A transparência faz a diferença”.
Em 2006, Moa foi escolhida presidente da Câmara. Denunciou um esquema de corrupção que levou à condenação de dois ex-vereadores.
Em busca de apoio, viajava a Brasília e batia à porta do senador Magno Malta (PRES), seu aliado político. Moa, que passara antes pelo PFL, foi indicada por Malta à vicepresidência do PR no Estado.
Transexual, mas conservadora. Em entrevista no “Programa do Jô” em 2009, disse ser contra o casamento gay. “‘Casamento’ é uma expressão muito forte”, afirmou.
Também era dona de um salão de beleza no centro da cidade, cujas paredes de pedra eram adornadas com pinturas a óleo feitas por ela.
O nome: Salão do Moa. Não ligava para artigos. Usava ora o masculino, ora o feminino.
Com os rendimentos do salão, construiu uma casa na praia para a família, aonde iam juntos comer caranguejo e tomar cerveja. Foi Moa quem fez o projeto da casa.
Em 2014, teve que se afastar da Câmara para tratar um tumor no cérebro. Desde então, andava em cadeira de rodas —mas não se abatia. De repente, encasquetava: queria comer ceviche. E lá iam os parentes levar Moa para comprar peixe e cebola roxa.
Morreu dia 6, aos 60, após pneumonia. Deixa mãe, dois irmãos e cinco sobrinhos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 1º ANO queira César. VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. (11) 3396-3800 e central 156 site: www.prefeitura.sp.gov. br/servicofunerario Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento.
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