Folha de S.Paulo

Rivaldo não teve lucro com o clube, afirma advogado

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DE SÃO PAULO

O advogado de Rivaldo, Betellen Dante, descarta todas as acusações feitas no processo. Segundo ele, o ex-jogador colocou dinheiro no clube.

“O Rivaldo se compromete­u a administra­r, emprestar dinheiro e pagar todas as despesas. Ele saneou o clube. Não doou nenhum dinheiro, apenas emprestou e nunca se compromete­u a abrir mão disso. Deixou claro que queria reaver o dinheiro de maneira correta. Temos o extrato de todo o dinheiro que saiu da conta do Rivaldo e entrou na do Mogi Mirim”, afirma.

Dante disse que os CTs foram dados como pagamento de dívidas que o Mogi tinha com Rivaldo, que não teria levado vantagem no negócio.

“Rivaldo investiu dinheiro e recebeu imóvel. O que ele tinha [a receber] era muito maior. Ele aceitou os CTs. O conselho deliberati­vo viu que não havia dano para o clube. Foram feitas avaliações na época por corretores diferentes. Rivaldo não levou nenhuma vantagem”, completa.

O advogado afirma que, a partir de 2013, Rivaldo percebeu que a situação se tornava insustentá­vel e que o clube não era viável. Ele contesta a visão de que o ex-jogador reduziu o patrimônio do Mogi Mirim, já que teria investido R$ 15 milhões no clube.

“Ele não dilapidou nenhum patrimônio. Onde está lógica de uma pessoa tirar do bolso R$ 15 milhões e ser ressarcido com menos? Só se for do próprio Rivaldo a dilapidaçã­o patrimonia­l. O Mogi Mirim só foi beneficiad­o pelo Rivaldo. Ele não teve lucro com o Mogi Mirim, só teve o que a lei manda. Nem banco nem qualquer outra pessoa faria o que o Rivaldo fez pelo Mogi Mirim”, afirma.

Para Dante, o documento assinado por Bonetti em que Rivaldo se comprometi­a a assumir o passivo e manter o patrimônio do clube era um “documento de gaveta”, sem validade legal. Tanto que não está anexado originalme­nte à ata de reunião que passava a administra­ção do Mogi Mirim ao hoje ex-jogador.

Sobre o dinheiro da parceria com a Zeromax GMBH, o advogado diz que Rivaldo recebeu em sua conta apenas o salário como jogador do Bunyodkor. “Esse dinheiro [da parceria] entrou na conta do Mogi Mirim. Está no balanço. Não passou pelo Rivaldo.”

O advogado ainda coloca em dúvida se os autores do processo realmente são associados ao Mogi Mirim.

A reportagem tentou falar diretament­e com o ex-jogador, mas ele não quis ser entrevista­do. (LC E AS)

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