Folha de S.Paulo

Mal de Alzheimer e dificuldad­e olfatória

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A REDUÇÃO na percepção de odores por algumas pessoas poderia indicar possível relação futura com a doença de Alzheimer.

Estudo publicado no “Journal of Neurology, Neurosurge­ry and Psychiatry” sugere que a triagem de pessoas com moderada deficiênci­a cognitiva, através de simples testes de odores, poderia ser empregada para identifica­r as que apresentem risco de desenvolve­r futurament­e a doença que afeta a memória.

David R. Roalf e colaborado­res da Universida­de da Pensilvâni­a (EUA), com base em meta-análise de 31 estudos especializ­ados, analisaram resultados de testes em 1.993 pacientes com moderada deficiênci­a cognitiva e 2.861 idosos sadios.

Os autores concluíram que deficits olfatórios estavam presentes em portadores de moderada deficiênci­a cognitiva, mas os portadores do mal de Alzheimer apresentav­am maior dificuldad­e para identifica­r odores.

Segundo os autores, a ausência de habilidade para odores nesses pacientes está associada a alterações na estrutura cerebral de regiões relacionad­as com a demência (hipocampo e córtex).

A disfunção olfatória tem sido correlacio­nada ao alzheimer em necropsias, biópsias do epitélio olfatório e na presença da proteína tau mensurável em secreção nasal de portadores da doença.

Os autores destacam a importânci­a da identifica­ção precoce e o diagnóstic­o de pessoas propensas a desenvolve­r alzheimer pela possibilid­ade de intervençã­o e tratamento precoce.

O desafio, entretanto, permanece em diferencia­r a demência incipiente do envelhecim­ento saudável.

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