Áudio é imprestável, diz perito de Temer; defesa retira recurso
Sob temor de derrota, presidente desistiu do pedido de suspensão do inquérito no Supremo
Com o temor de sofrer derrota, o presidente Michel Temer desistiu de pedir no Supremo a suspensão do inquérito aberto contra ele.
Para reforçar sua defesa, porém, encomendou perícia para avaliar gravação entregue por Joesley Batista, da JBS, em acordo de delação.
O perito Ricardo Molina afirmou em laudo que o áudio é uma “prova imprestável”. Disse ainda, em entrevista coletiva, que a Procuradoria-Geral da República é “ingênua” e “incompetente” ao utilizar a conversa em pedido de investigação contra o peemedebista.
Para Molina, o áudio está contaminado por inúmeras descontinuidades, com diversos pontos inaudíveis e de “possível edição”.
Antes da desistência da defesa de Temer, a presidente do STF, Cármen Lúcia, havia negado a interrupção imediata do inquérito.
Ela afirmou que era necessário aguardar a conclusão de perícia da Polícia Federal sobre a gravação.
No inquérito, o Ministério Público lista outras suspeitas contra o presidente, como o recebimento de R$ 500 mil pelo deputado Rodrigo Loures (PMDB), seu aliado.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, recorreu de decisão do ministro Edson Fachin que barrou a prisão preventiva de Loures e do senador Aécio Neves (PSDB), também alvo da investigação.
A Procuradoria disse que aguardará perícia oficial da PF sobre a gravação.