Folha de S.Paulo

Dificuldad­es do médico João Rocha (Rafael Cardoso) para conduzir a desativaçã­o de um hospital carioca, que está em deterioraç­ão.

- AVALIAÇÃO

O Brasil “vive uma história de horror”, escreveu o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos integrante­s da força-tarefa da Lava Jato, nas redes sociais no sábado (20). Ele se referia às revelações de corrupção que vieram à tona com a delação dos executivos da JBS.

Recém-lançado, o misto de terror e suspense “O Rastro” expõe, veja só, o retrato de desvios morais no sistema público brasileiro como uma de suas facetas centrais. É uma ficção assaltada pela realidade.

Semanas atrás, ao planejar a estreia do filme para meados de maio, produtores e exibidores não desconfiav­am, evidenteme­nte, do que estava por vir no noticiário político. O timing do lançamento acaba se revelando um trunfo. Ninguém deve esnobar a sorte, mas “O Rastro” reúne qualidades que merecem levá-lo para além do calor das circunstân­cias.

Em sua estreia na direção de um longa, o pernambuca­no J. C. Feyer acompanha as

Em ‘O Rastro’, Rafael Cardoso é um médico que se dá conta do sumiço de uma paciente, e Leandra Leal vive sua mulher

Em meio à transferên­cia dos pacientes, ele se dá conta do sumiço de uma garota que estava internada e, na busca obsessiva por ela, defronta-se com situações mais e mais atípicas.

É na primeira metade que o filme mostra potência. Os sinais de descalabro da saúde pública estão a serviço de uma atmosfera de mistério, que se fortalece especialme­nte nas cenas dentro do hospital.

Para a criação desse clima DIREÇÃO J. C. Feyer ELENCO Rafael Cardoso, Leandra Leal, Claudia Abreu, Felipe Camargo PRODUÇÃO Brasil, 2017, 14 anos QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO bom

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