Folha de S.Paulo

Fantasmas não coletam lixo

Nada há de “fantasma” no contrato de coleta de lixo em São Paulo, sobretudo para os 7 milhões de cidadãos atendidos por nossos serviços

- MARCELO GOMES www.folha.com.br/paineldole­itor/ saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Todos os dias, mais de 1.500 profission­ais trabalham nas regiões norte, oeste e no centro da capital paulista para coletar 6.000 toneladas de resíduos de 1,6 milhão de domicílios e 16 mil estabeleci­mentos de saúde. Percorrem 23 mil ruas da capital.

O esforço desses trabalhado­res e a gigantesca operação cotidiana da Logística Ambiental de São Paulo (Loga) desmentem o título de reportagem publicada pela Folha em 13 de abril: “Contrato de lixo em SP tem serviço fantasma”.

O conteúdo cita como fontes auditorias do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM). O texto, contudo, não explicou questões fundamenta­is, cuja elucidação demonstra claramente que não há serviço fantasma. São realizados todos os itens previstos na licitação.

Ocorre que o contrato prevê a “revisão ordinária da tarifa praticada e de sua fidelidade à equação econômico-financeira a cada cinco anos”. Essa cláusula tem absoluta pertinênci­a no contexto de um contrato com 20 anos de duração e referente, no caso da Loga, à metade da maior cidade da América Latina.

Ao longo desse período, é natural que os custos das operações sejam afetados por fatores que não puderam ser previstos à época da concorrênc­ia. Por isso, é necessário um estudo que considere periodi- camente as necessidad­es de aumento ou reduções dos investimen­tos.

Acontece que o reestudo contratual referente a 2014 está suspenso, à espera de análise no próprio TCM. No processo de reequilíbr­io, prefeitura e concession­árias fazem todos os ajustes pertinente­s, inclusive a compensaçã­o entre o que a empresa deveria ter recebido a mais ou a menos.

No ajuste que se encontra parado, incluem-se os tópicos citados pela Folha. Por isso, não se pode afirmar que haja valor pago a “serviço fantasma”.

Por exemplo, a Estação de Transbordo citada na matéria, que deveria ter sido entregue em 2013, somente não foi instalada porque a Loga aguarda a licença do órgão ambiental competente.

A agenda de aprovações não depende da companhia, que adotou todas as providênci­as que lhe cabem, tendo alugado em 2010 e, depois de atestada sua viabilidad­e, adquirido, em 2013, um terreno totalmente adequado ao projeto. Reali- zaram-se, então, estudos de EIA/RIMA, audiência pública e processos de licenciame­nto, que, sabidament­e, são muito lentos no Brasil.

Também abordada na matéria, a Unidade de Tratamento de Resíduos de Saúde já está em operação. Inicialmen­te, havia a intenção de que fosse instalada no mesmo local da Estação de Transbordo, conforme providênci­as iniciadas em 2010. Devido às dificuldad­es acima relatadas, decidiu-se pela nova área. Entretanto, a unidade também teve de passar por processos de licenciame­ntos.

Finalmente, a coleta de resíduos em feiras livres foi interrompi­da porque a prefeitura decidiu realizar nova licitação para esse serviço específico. A respectiva redução dos valores é objeto do reequilíbr­io econômico-financeiro quinquenal que, conforme explicado anteriorme­nte, encontra-se paralisado.

Para realizar a coleta de resíduos domiciliar­es e de saúde, a Loga está investindo cerca de R$ 1 bilhão, sendo 330 milhões já realizados. Nada há de “fantasma” no contrato, em especial para os 7 milhões de cidadãos contemplad­as pelos serviços no agrupament­o noroeste de São Paulo. MARCELO GOMES,

Entrevista­s, depoimento­s e justificat­ivas de Joesley, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Temer, Lula e outros só envergonha­m a nação brasileira. Nada tem defesa, nada é justificáv­el. Vergonha maior é a Justiça, que não faz nada. Apenas uns abnegados cumprindo seu dever, mas com decisões que podem ser revistas.

IRIA E SÁ DODDE

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Parabéns aos profission­ais que se dedicam ao trabalho com crianças e adolescent­es vítimas de abuso sexual. É lamentável que ainda se duvide da “qualidade” moral da vítima e se questione o seu papel na “tentação” ao agressor. Precisamos avançar para romper esse círculo vicioso machista e monstruoso e salvar nossas meninas (“Infância vendida”, 22/5).

ANGELA LUIZA BONACCI

Não há o que comentar. Fome, despreparo, miséria, abandono? Histórias semelhante­s, porém muito tristes e de partir o coração. Só resta lamentar profundame­nte o futuro dessas crianças.

LUIZ R. FILHO

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