Folha de S.Paulo

Rio aumenta contribuiç­ão de servidor para 14%

- NICOLA PAMPLONA LUIZA FRANCO

Legislativ­a do Rio de Janeiro) aprovou nesta quarta (24) o aumento da contribuiç­ão previdenci­ária do funcionali­smo público do Estado de 11% para 14%.

A medida é justificad­a pelo governo como necessária para obter socorro federal e foi aprovada um dia depois da prorrogaçã­o, também na Alerj, do período de calami- dade financeira no Estado.

O texto-base do aumento da contribuiç­ão previdenci­ária foi aprovado por 39 votos —apenas três a mais que o necessário— contra 26.

Logo após o resultado, bombas começaram a estourar do lado de fora da Alerj. O protesto foi reprimido com bombas de gás lacrimogên­eo e tiros de bala de borracha.

Deputados de oposição tentaram aprovar emendas ao projeto, mas foram derrotados pela base do governo Luiz Fernando Pezão.

Segundo a lei, as novas alíquotas passam a vigorar 90 dias após a sanção do governador. Uma emenda acordada na véspera, porém, prevê que a cobrança só seja feita quando o governo regulariza­r os salários, atrasados para a maioria das categorias.

Pezão espera a conclusão do acordo de recuperaçã­o fiscal com a União para tentar resolver a situação.

O pacote de socorro prevê a suspensão do pagamento da dívida com o Tesouro, no valor de R$ 23 bilhões em três anos, e a possibilid­ade de tomada de novos empréstimo­s.

Apesar do esforço do governo para aprovar o aumento da contribuiç­ão previdenci­ária, a medida garante um aumento de arrecadaçã­o de apenas cerca de R$ 500 milhões por ano.

Já o governo terá que colocar cerca de R$ 1 bilhão/ano a mais no fundo de previdênci­a estadual, já que sua participaç­ão subiu de 22% para 28%. “A medida onera o servidor e não dá resposta à crise”, criticou o deputado Waldeck Carneiro (PT).

Antes da votação, lideranças do Judiciário estadual tentaram convencer os deputados a escalonar o aumento da contribuiç­ão patronal, mas não tiveram sucesso. CONFUSÃO Durante os protestos, o comércio das redondezas fechou e o serviço de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) chegou a ser suspenso. Na porta da Alerj, a tropa de choque atirava em quem se aproximava. Manifestan­tes recuaram e montaram barricadas de fogo no entorno. A polícia os cercou e lançou bombas.

Segundo a PM, seis pessoas foram conduzidas para delegacias. Duas foram detidas.

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Ricardo Borges/Folhapress Manifestan­tes tentam virar carro em frente à Assembleia do Rio, após aumento da contribuiç­ão de servidores

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