PATAGÔNIA Catamarã e iates levam turistas para exploração do lago
Roteiros dependem do bolso do visitante, que podem pagar quase R$ 1.000 por um roteiro personalizado
O lago Nahuel Huapi, que domina a paisagem de Villa la Angostura, também é o cenário da atração principal da cidade: os passeios de barco. É de lá que partem caiaques, veleiros e catamarãs para explorar as baías da região.
A escolha da embarcação depende tanto do perfil e da verba do viajante como do clima. Ventos fortes, comuns no outono e no inverno, impedem a saída de barcos pequenos. Sobra o catamarã, que opera 365 dias por ano, segundo a página do serviço (bosquelosarrayanes.com.ar).
Enquanto caiaques e veleiros oferecem roteiros personalizados —além de paradas para lanches regados a vinho—, o catamarã faz apenas um tipo de percurso: do porto da baía Mansa até o bosque Los Arrayanes, na península de Quetrihué.
São 45 minutos de viagem, passando pelas baías Las Balsas, Bustillo e Manzano. No caminho, a guia dá a ficha completa do lago. De origem glacial, o Nahuel Huapi tem 557 km² de área —quase um terço do município de São Paulo— e, em alguns pontos, ultrapassa 400 metros de profundidade (mais do que 13 prédios de dez andares).
As proporções gigantescas deram margem para o surgimento de histórias sobre uma criatura desconhecida que viveria ali, o Nahuelito.
Com pescoço comprido e um corpanzil, o bicho, que aparece em vídeos de procedência duvidosa no YouTube e mapas turísticos da cidade, poderia ser um parente latino-americano do monstro do lago Ness, da Escócia.
Quando o catamarã atraca no bosque Los Arrayanes, dentro de uma área de conservação, os visitantes conhecem outro símbolo do lugar: o arrayán, árvore com o tronco cor de caramelo que chega a medir 25 metros de altura. A guia convida todos a sentir a textura e a temperatura do caule, liso e frio. “Podem abraçar também, para transmitir calor humano”, diz.
O passeio pelo bosque dura quase uma hora, incluindo uma parada na casa de chá —cobrado à parte, assim como a entrada no parque, que custa 250 pesos argentinos (cerca de R$ 50). Na volta, aventureiros podem deixar o catamarã e retornar por dentro da península, a pé ou de bicicleta, por um trajeto de 12 quilômetros.
A passagem só de ida no catamarã custa 485 pesos argentinos (R$ 98). Com a volta, sai por 650 pesos (R$ 131), mais barato do que passeios em barcos pequenos, que podem durar o dia todo e custar 4.555 pesos (R$ 923).