Arrecadação cai, mas governo tem superavit
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DE BRASÍLIA
Em um sintoma da dificuldade de recuperação da economia, a arrecadação da Receita Federal voltou a cair em abril, com a receita com tributos ligados à atividade, como PIS/Cofins, ainda em queda em relação a 2016.
O órgão divulgou nesta quinta (25) que arrecadou R$ 112,4 bilhões no período, uma queda real (descontada a inflação) de 1,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A arrecadação com o Imposto de Importação, por exemplo, somou R$ 3,2 bilhões no mês passado, montante 8% inferior de abril de 2016.
O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) totalizaram R$ 18,8 bilhões, um recuo de 15,6% na mesma comparação.
Quando se contabiliza também a arrecadação com outra fonte de recursos que não tributos, formada principalmente por royalties de petróleo, as receitas totais somam R$ 118 bilhões, aumento de 2,27% no mesmo período.
Ao contrário da arrecadação administrada pelo fisco, essa rubrica vem sendo afetada positivamente pelos preços do petróleo e pelo câmbio e não reflete o desempenho da economia.
Esse crescimento, aliado à redução de despesas, permitiu que o governo federal registrasse um superavit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) de R$ 12,5 bilhões no mês passado, informou o Tesouro.
Foi um crescimento real (descontada a inflação) de 23% na comparação com abril de 2016, quando Temer tomou posse em substituição a Dilma Rousseff, e o melhor resultado para o mês em três anos.
As receitas líquidas apuradas pelo Tesouro, que, diferentemente das informadas pela Receita, levam em conta as restituições de impostos, tiveram queda de 3,6% ante abril de 2016.
As despesas caíram mais, 4,3%, o que permitiu resultado positivo. DEFICIT À VISTA