Folha de S.Paulo

Longe do bilhão, filmes menores lucram mais

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DE SÃO PAULO

Há algo que os longas bilionário­s dos anos 2000 não aprenderão com “Tubarão” (1975), tido como primeiro blockbuste­r: multiplica­r o valor investido.

O longa de Steven Spielberg custou US$7 milhões (R$23 milhões) e fez US$ 470 milhões (R$1,5 bilhão), 67 vezes seu investimen­to e, em valores corrigidos, U$ 2,1 bilhões (R$6,9 bilhões).

“Star Wars: o Despertar da Força” foi lançado em 2015 e faturou US$ 2,068 bilhões de dólares. Custou US$245 milhões, rendendo 8,5 vezes o valor investido.

“La La Land” (2016), produção de US$30 milhões fez US$443,2 milhões, 14,7 vezes seu custo. O musical de Damien Chazelle estreou no Brasil estrategic­amente após se sagrar recordista de indicações ao Oscar (14) e foi visto por 1,37 milhão de pessoas; como nos EUA, não teve aqui grande campanha publicitár­ia, mantendo o orçamento enxuto.

A Paris Filmes, que o lançou no Brasil, costuma investir em redes sociais e ações que rendam mídia espontânea, além de reconhecer a força do boca a boca.

“O público de blockbuste­r quer entretenim­ento puro; já quem gosta de filmes menores busca identifica­ção com a história. O que leva essas pessoas ao cinema é a indicação de alguém”, diz Gabriel Gurman, diretor de marketing da Paris.

A comédia “Se Beber Não Case” (2009) é outro bom exemplo; rendeu 13 vezes o seu investimen­to e garantiu duas continuaçõ­es bastante bem-sucedidas.

Mesmo sem chegar ao bilhão, esses filmes baratos e rentáveis, como “Forrest Gump” (1995), “O Sexto Sentido” (1999) e “O Rei Leão” (1994), são os verdadeiro­s reis das bilheteria­s. (DB)

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