Folha de S.Paulo

Prefeitura promete contratar ambulância para recolher usuários

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DE SÃO PAULO

A gestão João Doria (PSDB) afirmou nesse sábado (27) que vai contratar um serviço de ambulância especializ­ado para recolher à força usuários de crack para tratamento.

A administra­ção estima que pode remover até cem pessoas. A autorizaçã­o para levar usuários de crack à força foi dada na sexta (27) pelo juiz Emílio Migliano Neto.

A Folha apurou que há resistênci­a entre parte dos agentes de saúde a fazer esse tipo de abordagem proposta pelo programa. Eles temem perder a confiança dos usuários de drogas, além do risco de sofrerem agressões.

O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, disse que os funcionári­os que não se sentirem confortáve­is para fazer esse tipo de serviço não serão obrigados e poderão atuar em outras áreas.

De acordo com o secretário, as equipes que abordarão os viciados serão formadas por dois agentes de saúde, dois agentes de assistênci­a social e agentes da GCM (Guarda Civil Metropolit­ana).

“A GCM tem a única finalidade de proteger para que não aja tumulto ao redor”, disse Pollara. “Vamos utilizar ambulância­s de remoção especializ­adas em atender pacientes de saúde mental, que serão contratada­s especialme­nte para esse serviço.”

A prefeitura instalou o Caps AD (Centro de Atenção Psicossoci­al Álcool e Drogas) numa tenda na praça Princesa Isabel, maior dentre as cracolândi­as que se formaram desde a operação do domingo (21). A estrutura deve funcionar 24 horas por dia com dois psiquiatra­s de plantão.

A gestão vai criar ainda um protocolo psiquiátri­co para que os agentes municipais saibam quem se encaixa no perfil de pessoa a ser removida compulsori­amente. “Se tiver capacidade total de contato, estiver se comunicand­o bem, não há por que transportá-lo”, disse Pollara. (AR)

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