Não existe milagre
O CORINTHIANS somou ontem sua vitória número 16 em 29 partidas oficiais neste ano. Só o Palmeiras venceu mais na comparação entre os quatro grandes de São Paulo. Mas o Corinthians tem o menor número de derrotas e o Palmeiras, o maior. De 26 partidas no ano, o time de Cuca e Eduardo Baptista perdeu sete. O Corinthians jogou 29 vezes. Perdeu duas.
A cada quatro jogos, o Palmeiras perde um.
Esqueça aquela bobagem de primeira ou quarta força, porque só o tempo e a tabela final de resultados do ano mostrará quem foi melhor ou pior na temporada. Chega de analisar qualidade de time pela quantidade de jogadores. Isso tudo à parte, impressiona o time de maior investimento ser um dos mais derrotados entre os doze principais
ERRO
clubes do país —apenas Botafogo e Fluminense perderam mais.
O excesso de derrotas somado ao grande índice de vitórias indica que, atualmente, o Palmeiras é um time mais propenso a ganhar o Brasileirão, por ser de pontos corridos, do que a Libertadores, em que um revés derruba num mata-mata. O Corinthians que neste domingo venceu o Atlético-GO por 1 a 0 é mais para torneios eliminatórios, porque empata muito, como fez na primeira rodada contra a Chapecoense.
Ganhou o Paulista neste formato, perdeu a Copa do Brasil assim também. Sonha com a Copa SulAmericana neste ano.
Para o Palmeiras, de elenco
ALTERNATIVA
grande, dá tempo para mudar. Só que não existe milagre.
Cuca errou ao escalar sua equipe com Felipe Melo como líbero, sábado à noite. Por ter o elenco mais talentoso, não deveria igualar o sistema tático com o São Paulo, com três zagueiros. Talvez Cuca tenha tomado essa decisão porque Felipe Melo tem dificuldade para acompanhar o homem que marca.
Jogou dez anos marcando por zona, posicionado, na Europa. Não tem a característica para atuar como o Palmeiras fazia no ano passado.
No Brasil, discute-se a prancheta voadora de Rogério Ceni, o entrevero na saída para o vestiário do preparador físico Omar Feitosa, qual será a próxima contratação do seu time. Só não se aprofunda no debate sobre o jogo.
O Palmeiras tinha uma equipe que perseguia individualmente na marcação com Cuca. Trocou-o por Eduardo Baptista e sua marcação por zona. Voltou para Cuca quando precisou de um escudo para os dirigentes.
Só que já havia feito contratações que tinham muito mais a ver com a repercussão do nome do contratado do que com a característica do time a ser montado.
O resultado é que Borja entra e sai da equipe, Guerra não convence, Felipe Melo não joga na função que Cuca precisa e o time perde mais do que o investimento indica.
Cuca não terá reforços aos montes. Nem deveria. Vai montar a equipe, tentar ganhar Copa do Brasil, Libertadores e Brasileiro e pode conseguir. O Palmeiras teve o rosto de Cuca contra o Vasco na estreia do Brasileirão, com desarmes no ataque. Depois, voltou à irregularidade que havia com Eduardo Baptista no comando.
O Corinthians andou em círculos até concluir que Fábio Carille seguiria o estilo de jogo com o qual a equipe estava acostumada. Com Carille, o time perdeu só duas vezes em 29 partidas. Com Tite, há um ano, perdeu quatro.
Hoje, o Palmeiras é um time mais propenso a ganhar o Campeonato Brasileiro do que a Libertadores