Folha de S.Paulo

Segurança abate drone que sobrevoava o Jaburu no dia seguinte a manifestaç­ão

- GUSTAVO URIBE

No dia seguinte à manifestaç­ão contra o presidente Michel Temer, para a qual o peemedebis­ta autorizou o emprego das Forças Armadas no zelo aos prédios públicos, a Presidênci­a da República identifico­u uma invasão.

Um objeto não identifica­do foi visto sobrevoand­o o perímetro de segurança do Palácio do Jaburu, residência oficial utilizada pela família do peemedebis­ta, na última quinta-feira (25).

A segurança presidenci­al descobriu se tratar de um dro- ne, uma aeronave autopilota­da, mas sem sinal de alguém que a operasse.

A suspeita inicial era de que o aparelho aéreo fosse da própria Presidênci­a, para a realização de gravações como as utilizadas para propaganda­s oficiais.

A desconfian­ça, no entanto, não foi confirmada e a equipe de segurança foi autorizada a capturar o drone, que teria sido abatido, segundo um assessor presidenci­al. A gestão peemedebis­ta abriu uma investigaç­ão para apurar a origem do objeto.

O GSI (Gabinete de Segurança Institucio­nal) confir- mou o sobrevoo do drone, disse que o departamen­to de segurança “adotou os procedimen­tos previstos para a situação” e que “não divulga procedimen­tos técnicos e operaciona­is”.

Segundo a Folha apurou, há suspeitas de que o objeto seja de uma produtora que fazia registros para um documentár­io sobre política ou de alguém que tentasse fazer imagens sem autorizaçã­o do presidente e de sua família.

De acordo com o GSI, não há registros anteriores de sobreevoos de drones não autorizado­s sobre instalaçõe­s da Presidênci­a e da vice.

No início de maio, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou novas regras para o uso comercial e recreativo de drones.

Elas proíbem o uso dos equipament­os a menos de 30 metros horizontai­s de pessoas que não deem autorizaçã­o expressa e, na prática, tornam inviáveis sobrevoos em espaços públicos urbanos e aglomeraçõ­es como manifestaç­ões de ruas e shows.

Na quarta (24), devido ao protesto em Brasília que deixou 49 feridos e 8 detidos, foram reforçadas as seguranças dos palácios do Planalto e do Jaburu. Com receio de uma crise com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), que criticou a utilização das Forças Armadas, o peemedebis­ta revogou no dia seguinte decreto publicado durante o protesto.

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Ichiro Guerra - 29.jun.2011/PR Imagem aérea do do Jaburu, residência oficial de Temer

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