Brinquedos desafiam bilheterias de filmes
Estúdios de cinema estão priorizando o licenciamento de produtos como motor de crescimento do faturamento
25 filmes que estreiam neste ano têm fácil associação com brinquedos, ante uma média anual de oito
Isso aconteceu em 2002, quando o comércio sofreu com o encalhe de grande volume de produtos associados à animação “O Planeta do Tesouro”, o que gerou um recuo de Hollywood quanto a essa forma de associação.
Os produtos licenciados podem ser um negócio surpreendentemente complicado. Alguns estúdios se viram envolvidos em fortes controvérsias por causa da disparidade entre os sexos (por que há menos produtos associados a personagens femininas do que a personagens masculinos?), e existem produtos que vão longe demais, como uma fantasia associada ao filme “Moana” que transformava crianças em guerreiros polinésios tatuados.
Mas os produtos licenciados são oportunidade grande demais para que os estúdios a dispensem, e a maior prova disso é a Disney.
Nos últimos cinco anos, a renda operacional das divisões de produtos e videogames da Disney cresceu de US$ 1 bilhão para US$ 2 bilhões anuais, com a ajuda de sucessos como “Frozen”.
A Disney é a companhia líder mundial em licenciamento, com produtos temáticos que geraram US$ 56,6 bilhões em vendas no varejo, no ano passado.
Não é por coincidência que a Warner, a Universal e a 20th Century Fox optaram por veteranos da Disney para revigorar suas divisões de produtos licenciados —Lifford, hoje na Warner, trabalhou 12 anos lá, onde foi vice-presidente-executiva. PAULO MIGLIACCI