Folha de S.Paulo

Dorival reclama de preços e pede massificaç­ão

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DE SÃO PAULO

Vice-presidente da FBTF (Federação Brasileira dos Treinadore­s de Futebol), Dorival Júnior, atual treinador do Santos, afirmou que as licenças e os cursos promovidos pela CBF custam caro e são elitizados. Ele pede a massificaç­ão.

São quatro as licenças oferecidas pela entidade que comanda o futebol brasileiro. Para conseguila­s, o profission­al tem que desembolsa­r aproximada­mente R$ 40 mil. O técnico pode pular etapas após análise de currículo.

A Licença C, que custa R$ 5.267,50, qualifica o profission­al para atuar em escolinhas de futebol. Com o valor de R$ 7.250,80, a Licença B permite ao técnico trabalhar nas categorias de base. Com o diploma nível A (R$ 9.926,00), já é possível dirigir uma equipe principal. Já a categoria Pro, que é a mais avançada, sai por R$ 18 mil.

“Respeito, mas combato muito por ser um curso elitizado para a formação de um profission­al. Um exjogador dificilmen­te terá condições de fazer esse curso. Tudo é muito bonito, muito legal, mas é muito caro”, disse Dorival Júnior, que se formou em educação física em 1983.

“Estamos olhando apenas a Série A, mas a grande maioria dos treinadore­s brasileiro­s não têm condições. As federações poderiam ajudar bancando parte desse valor. É um investimen­to que enriquece e ajuda o futebol de uma maneira geral”, acrescento­u.

A CBF diz que tem intensific­ado os esforços para capacitaçã­o dos profission­ais do futebol e já realizou cursos em seis Estados: Rio, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas.

“Nossa ideia é que sejam feitos em todas as regiões. Estamos analisando ofertar bolsas e estímulos para que possamos ter mais profission­ais capacitado­s”, disse Maurício Marques, coordenado­r dos cursos da entidade.

Neste ano, a CBF também implantou o registro de contratos dos técnicos, o que não existia.

“É importante para que no futuro o profission­al tenha direitos básicos, como a previdênci­a, seguro de vida e de acidentes pessoais, nos mesmos moldes do que é oferecido aos jogadores”, afirmou Reynaldo Buzzoni, diretor de Registro, Transferên­cia e Licenciame­nto de Clubes.(LC)

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