Folha de S.Paulo

‘Baixinho’ Yago emerge na final do NBB

Aos 18 anos, armador de 1,75 m contraria céticos e torna-se destaque do Paulistano, que lidera série final

- GIANCARLO GIAMPIETRO

BASQUETE

Conti, a torcida cantava seu nome. O apelo popular não se constrói apenas pela efetividad­e em quadra. A baixa estatura se torna um chamariz. É normal que torcedores desavisado­s se refiram ao paulista de Tupã genericame­nte como “o baixinho”.

Algo que condiz com aquilo que ouviu em todos os lugares por que passou, desde a base —que a altura seria um obstáculo intranspon­ível para virar jogador de basquete.

“Escuto isso desde que comecei. Foi assim quando cheguei a São Paulo e quando decidi vir ao Paulistano. Mas não atrapalha. Sei o que tenho de fazer contra jogadores mais altos ou contra mais baixos. Se estou em quadra, é por competênci­a”, disse.

“Agora, diziam que eu tinha muito o que aprender ainda, que era jovem e baixo [para o NBB]. Falavam que não era a hora. Mas arrisquei e está dando certo.”

Nas categorias de base, Yago fez fama ao liderar a equipe sub-15 do Palmeiras que ficou dois anos invicta. Foi presença constante nas seleções de base. Agora, antecipand­o seu calendário, começa a se provar em níveis mais altos. Sua breve experiênci­a pelo NBB até o momento contradiz os mais céticos.

O progresso precoce não mexe com a cabeça do armador, cuja compostura e frieza impression­am técnicos e companheir­os. Mesmo sendo o mais jovem do Paulistano, não dá sinal de que sinta a pressão. “Costumo tratar como se fosse treino, ou qualquer outro jogo. Sei que é uma final, mas faço o meu. Às vezes rio, às vezes não. É o meu jeito”, disse.

É desse jeito, sem receio, que o Paulistano põe a bola nas mãos de Yago em uma final, não importando os centímetro­s a mais ou a menos.

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