Acordo no Senado adia votação da reforma trabalhista
Acerto entre governo e oposição deixa para a próxima terça-feira (6) início da apreciação do texto na Casa
Análise está prevista para o mesmo dia em que o TSE deve começar julgamento que pode cassar Michel Temer
Um acordo entre governistas e oposição adiou para a próxima terça-feira (6) a primeira das quatro votações previstas para a reforma trabalhista no Senado (em três comissões e no plenário).
A análise do texto agora está prevista para o mesmo dia marcado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para o início do julgamento que pode cassar Michel Temer.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), não vê problema na coincidência nas datas. “A reforma não é mais do governo, e sim do Congresso”, disse.
Os dois lados saíram comemorando vitória. Para Jucá, houve um avanço. “Em vez de ficarmos discutindo questões de ordem ou regimentais, preferimos ir para o debate e encerramos a leitura. Com isso, na terça que vem votamos”, disse.
Já Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o senador Paulo Paim (PT-RS) havia firmado acordo com o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), Tasso Jereissati (PSDB-CE). Para ele, o resultado desta terça representa uma “vitória” para a oposição. “Estou esperançoso”, disse, sobre o texto não ser aprovado no formato atual.
Na semana passada, o governo não conseguiu fazer a leitura do relatório da reforma, como previsto, devido à troca de agressões entre senadores. A oposição ameaçava um novo embate nesta terça, mas concordou com a base do governo em fazer a leitura do projeto e em jogar a votação para a semana seguinte.
Nos bastidores da comissão, opositores diziam que o governo não teria os votos necessários para aprovar a matéria nesta terça —informação negada por Jucá. “Tínhamos voto. Não é medo de perder.” RENAN A bancada do PMDB no Senado passou mais de quatro horas reunida nesta terça para discutir o posicionamento dos seus 22 senadores sobre a reforma trabalhista.
A sigla decidiu manter como líder do partido Renan Calheiros (AL), crítico do texto, mas anunciou que a maioria é favorável à aprovação do projeto na Casa. “A bancada reunida demonstrou que há uma evidente maioria em favor da reforma. Mas não é unanimidade”, disse Renan.
Ficou acordado que sempre que houver divergência sobre o posicionamento do líder com a maioria da bancada outros senadores falarão em nome do partido.