Folha de S.Paulo

Veto do Congresso pode deixar plano de saúde mais caro

- DANIEL CARVALHO GUSTAVO URIBE LAÍS ALEGRETTI

Duas semanas após estourar a pior crise da administra­ção Michel Temer, o governo retomou a contagem de votos para tentar aprovar a reforma da Previdênci­a.

A ideia dos governista­s é colocar em votação no plenário da Câmara a mesma proposta que foi aprovada por comissão especial da Casa no início deste mês.

No momento, aliados descartam alterações que poderiam facilitar sua aprovação. Reportagem da Folha de segunda-feira (29) mostrou que, se a crise inviabiliz­ar a proposta, o governo tem como alternativ­a fazer mudanças por meio de medidas provisória­s, que necessitam de menos votos para serem aprovadas.

A base governista cogita a possibilid­ade de deixar a votação para o segundo semestre, mas o Palácio do Planalto quer que o texto seja levado ao plenário da Câmara ainda no primeiro semestre, antes do fim do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com início previsto para terça-feira (6).

Logo após a divulgação da gravação da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, a avaliação de parlamenta­res e de integrante­s do governo era a de que as reformas tinham ido por água abaixo.

Nos últimos dias, porém, ganhou força a ideia de que a nova Previdênci­a terá a tramitação retomada, especialme­nte pela cobrança de representa­ntes do mercado financeiro.

O número de votos favoráveis computados antes da crise gerada pela delação da JBS variava de acordo com o interlocut­or —entre 225 e 300—, mas está sempre abaixo dos 308, mínimo necessário para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão), caso da reforma.

Aliados do presidente no Congresso defendem que a matéria só seja levada a plenário com a segurança de aprovação, o que, para o governo, significa conquistar entre 320 e 330 votos.

“Acho que ainda não temos os votos necessário­s para aprovar essa matéria, mas acredito que podemos [chegar a isso] até 14 de junho”, disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). “O mundo não vai acabar se a matéria for votada na primeira semana de julho, antes do recesso.”

DE BRASÍLIA

O Congresso Nacional derrubou na noite desta terça-feira (30) o veto do presidente Michel Temer a um dos trechos da lei que regulou o ISS (Imposto Sobre Serviços, de competênci­a dos municípios).

Com isso, o imposto que incide sobre operações financeira­s (cartão de crédito, débito, leasing, entre outros)

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