Veto do Congresso pode deixar plano de saúde mais caro
Duas semanas após estourar a pior crise da administração Michel Temer, o governo retomou a contagem de votos para tentar aprovar a reforma da Previdência.
A ideia dos governistas é colocar em votação no plenário da Câmara a mesma proposta que foi aprovada por comissão especial da Casa no início deste mês.
No momento, aliados descartam alterações que poderiam facilitar sua aprovação. Reportagem da Folha de segunda-feira (29) mostrou que, se a crise inviabilizar a proposta, o governo tem como alternativa fazer mudanças por meio de medidas provisórias, que necessitam de menos votos para serem aprovadas.
A base governista cogita a possibilidade de deixar a votação para o segundo semestre, mas o Palácio do Planalto quer que o texto seja levado ao plenário da Câmara ainda no primeiro semestre, antes do fim do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com início previsto para terça-feira (6).
Logo após a divulgação da gravação da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, a avaliação de parlamentares e de integrantes do governo era a de que as reformas tinham ido por água abaixo.
Nos últimos dias, porém, ganhou força a ideia de que a nova Previdência terá a tramitação retomada, especialmente pela cobrança de representantes do mercado financeiro.
O número de votos favoráveis computados antes da crise gerada pela delação da JBS variava de acordo com o interlocutor —entre 225 e 300—, mas está sempre abaixo dos 308, mínimo necessário para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), caso da reforma.
Aliados do presidente no Congresso defendem que a matéria só seja levada a plenário com a segurança de aprovação, o que, para o governo, significa conquistar entre 320 e 330 votos.
“Acho que ainda não temos os votos necessários para aprovar essa matéria, mas acredito que podemos [chegar a isso] até 14 de junho”, disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). “O mundo não vai acabar se a matéria for votada na primeira semana de julho, antes do recesso.”
DE BRASÍLIA
O Congresso Nacional derrubou na noite desta terça-feira (30) o veto do presidente Michel Temer a um dos trechos da lei que regulou o ISS (Imposto Sobre Serviços, de competência dos municípios).
Com isso, o imposto que incide sobre operações financeiras (cartão de crédito, débito, leasing, entre outros)