Folha de S.Paulo

Sócios da Petrobras na Sete pedem R$ 4,5 bi

Fundos de pensão estão entre os que deram início a processo de arbitragem internacio­nal contra empresa de sondas

- NICOLA PAMPLONA

Criada para ser principal parceira da Petrobras no pré-sal, Sete Brasil afundou com Lava Jato e queda do petróleo

Os sócios da Petrobras na empresa de sondas Sete Brasil que já deram início a processos de arbitragem internacio­nal pedem R$ 4,475 bilhões em ressarcime­nto por perdas com o investimen­to.

O valor consta em documento entregue pela estatal às Bolsas de Valores na segunda (29), no qual a empresa detalha suas operações e informaçõe­s financeira­s de 2016.

No texto, a Petrobras diz que os processos de arbitragem são sigilosos e, por isso, não há informaçõe­s sobre a identidade dos reclamante­s.

A Folha apurou, porém, que entre eles estão alguns dos principais fundos de pensão do país, como a Previ, a Valia e a Funcef —dos empregados do BB, da Vale e da Caixa, respectiva­mente.

A Petros (Petrobras) aprovou o recurso à arbitragem apenas em fevereiro de 2017, o que indica que o valor da perda possível pode subir.

A Sete Brasil foi criada em 2010 para ser a principal parceira da Petrobras no pré-sal. Foi contratada pela estatal para construir 29 sondas de perfuração de poços petrolífer­os.

A empresa começou a naufragar com a Operação Lava Jato, que fechou o acesso a novos financiame­ntos. A crise se aprofundou com a queda no preço do petróleo e os cortes no plano de investimen­tos de em agosto de 2016, propondo a conclusão de 12 sondas com investimen­to adicional de até US$ 5 bilhões. O documento, porém, foi revisto e novos termos seriam apresentad­os ao mercado em assembleia marcada para fevereiro.

Procurada pela Folha ,a empresa informou que o encontro com investidor­es será realizado em 26 de junho.

A Petrobras repetiu que as informaçõe­s são sigilosas e não se manifestou. Valia e Previ não se manifestam sobre o assunto. Petros e Funcef não respondera­m.

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