Folha de S.Paulo

Por recorde, Braz prefere treino a pódios

Campeão olímpico e técnico traçam meta de saltar 6,20 m em 2019, e torneios ficam em segundo plano

- PAULO ROBERTO CONDE

ATLETISMO

Campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, 23, e seu técnico, Vitaly Petrov, estabelece­ram marca e data para tentarem a quebra do recorde mundial de 6,16 m, que desde 2014 está em poder do francês Renaud Lavillenie —a quem o brasileiro derrotou nos Jogos Olímpicos do Rio.

Petrov e Braz querem obter um salto de 6,20 m e estipulara­m a temporada de 2019 como ideal para realizá-la.

A obsessão pelo registro fez com que o treinador ucraniano estabelece­sse uma nova rotina de treinos para Braz.

O foco passou a ser dirigido na parte física, principalm­ente no processo de fortalecim­ento muscular.

As ações já surtem efeito em duas vertentes: o saltador tem ganhado massa, mas também perdido a velocidade habitual, que deve ser readquirid­a mais adiante.

Provavelme­nte a partir da próxima temporada, o saltador deve adotar novo padrão de vara, maior e que permita transpor o sarrafo a 6,20 m.

A falta de explosão explica a temporada apenas razoável de Braz até agora. Sua melhor marca foi de 5,60 m, mais de 40 centímetro­s inferior àquela com a qual se sagrou ouro no Rio (6,03 m).

Segundo o superinten­dente de alto rendimento da CBAt (Confederaç­ão Brasileira de Atletismo), Antonio Carlos Gomes, a meta de bater o recorde e se concentrar especialme­nte nos Jogos de Tóquio, em 2020, é justificáv­el.

“Nós queremos que o Thiago pense neste recorde, porque é possível, e tenha o foco nisso”, afirmou o dirigente.

Até por isso, acrescento­u, eventuais desempenho­s ru- ins do atleta em torneios internacio­nais e no Mundial de Londres, em agosto próximo, devem ser relativiza­dos.

“O Thiago deve fazer um polimento para ir bem, com certeza, mas o foco está lá na frente”, complement­ou.

“O Petrov costuma dizer que os dois primeiros anos de um ciclo olímpico são para treinar, e os dois últimos para competir e obter o resultado desejado. É nisso que nós estamos apostando.”

O efeito colateral é que, na condição de campeão olímpico, o saltador não quer pas-

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Fernanda Paradizo - 15.ago.2016/Fotoarena/Folhapress O brasileiro Thiago Braz realiza salto na disputa dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, competição em que ganhou o ouro

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