Flip terá edição com orçamento menor e duplamente ativista
Festa homenageia Lima Barreto em sua 15ª edição, com 30% de autores negros e mais mulheres que homens
Com média de R$ 1 milhão a menos a cada ano, festa conta com autores como Paul Beatty e Deborah Levy
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que neste ano acontece entre 26 e 30 de julho, perde desde 2014 uma média de R$ 1 milhão por ano. Em 2016, o orçamento era de R$ 6,8; neste, foi para R$ 5,7 milhões.
Segundo Mauro Munhoz, diretor-presidente da Casa Azul, em entrevista à imprensa nesta terça (30), um dos “princípios” do evento “era a o legado” . “As ações de educação estão sendo feitas com criatividade, mas precisaríamos de muito mais recurso.”
A festa, patrocinada por meio de lei de incentivo, terá ingressos à venda a partir de 13/6, a R$ 55. A edição que homenageia Lima Barreto conta com 30% de autores negros.
“É importante mostrar o Lima Barreto autor, que trata a questão racial, mas acima de tudo é um artista e escritor”, diz a curadora Joselia Aguiar.
Ela ressalta que muitas vezes “os autores negros per- – – – – – – – – – – – – – –
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Adelaide Ivánova Alberto Mussa Álvaro Tukano Ana Maria Gonçalves Ana Miranda André Vallias Antonio Arnoni Prado Beatriz Resende Carlos Nader Carol Rodrigues Conceição Evaristo Deborah Levy Diamela Eltit Djaimilia Pereira de Almeida Edimilson de Almeida Pereira Felipe Botelho Corrêa Felipe Hirsch Frederico Lourenço Grace Passô Guilherme Gontijo Flores Ivanilde Kerexu Pereira Jacques Fux dem a liberdade de tratar de todos os assuntos”.
Mulheres também foram mais representadas nesta edição, que terá 24 autoras e 22 autores. Aguiar explica que não foi fácil. “A oferta de homens é maior, eles são mais premiados e mais conhecidos. As mulheres também recusam mais viagens do que os homens, certamente por questões – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – Joana Gorjão Henriques João José Reis Josely Vianna Baptista Julián Fuks Laura Maria dos Santos Lázaro Ramos Leila Guerriero Lilia Schwarcz Luaty Beirão Luciana Hidalgo Luiz Antonio Simas Maria Valéria Rezende Marlon James Natalia Borges Polesso Niéde Guidon Noemi Jaffe Patrick Deville Paul Beatty Pilar del Río Prisca Aguston Ricardo Aleixo Scholastique Mukasonga Sjón William Finnegan ligadas ao machismo.”
A festa foi alvo de críticas no passado por dar mais espaço a autores da Companhia das Letras do que a outras editoras. Neste ano a editora de São Paulo não está no centro dos debates. A curadora diz que a escolha não foi deliberada. “Quando a gente pensa nos autores, nem lembra onde eles estão saindo.”