NILTON GURMAN
Tio de Vitor Gurman, jovem atropelado e morto em 2011 no bairro da Vila Madalena, é diretor e fundador do movimento “Não Foi Acidente”, que apoia mudanças legislativas e de fiscalização para combater a embriaguez ao volante
DE SÃO PAULO
A evolução da tecnologia de segurança embutida nos veículos mais novos ajuda o motorista a prevenir acidentes, mas o avanço empaca no alto número de carros antigos da frota circulante.
A idade média dos carros usados pela população do Estado gira em torno de 15 anos, segundo Maxwell Vieira, presidente do Detran-SP.
“É difícil fazer as pessoas trocarem seus carros por novos modelos, mas isso esbarra principalmente no preço”, afirma Renato Romio, pesquisador do Instituto Mauá de Tecnologia. A troca, diz ele, é essencial para o surgimento de uma frota mais segura.
Uma possível solução estaria no aumento de impostos sobre carros mais antigos, mas o próprio pesquisador a descarta. A medida taxaria os mais pobres e provocaria o crescimento do número de veículos irregulares, que já somam 30% dos carros que circulam no Estado.
João Oliveira, diretor comercial da Volvo, que estabeleceu a meta de reduzir a zero o número de mortes em carros da marca até 2020, disse que a fabricação de carros não pode ser pensada apenas visando a deixá-lo atrativo para o consumidor.
“Isso empobrece a discussão. Precisamos pensar na segurança como sociedade, avaliar que tipo de trânsito queremos no país.”
Segundo ele, é necessário diminuir cada vez mais a influência do fator humano para reduzir o número de acidentes —por isso, o futuro estaria nos carros autônomos.
“Estudos apontam que de 20% a 30% das pessoas não param o carro quando há placas sinalizando ‘Pare’”, disse Horácio Figueira, consultor em segurança de trânsito. “Um veículo programado para parar diante do sinal não vai cometer esse erro.” (WP)
Naquele dia em que uma pessoa bebeu e andou acima da velocidade, ela cometeu um crime e precisa ser punida. Assim vamos mudar a sociedade e nossos valores