PAINEL DO LEITOR
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FRANCISCO M. SOUZA BRAGA
No artigo “Em defesa das instituições” (Tendências/Debates, 31/5), Ives Gandra da Silva Martins e os outros signatários deixaram patente seu fundamentalismo ideológico. Criticaram o MPF pela quebra do direito à privacidade do atual presidente, bem como o pedido de abertura de inquérito “sem o cuidado mínimo de periciar a gravação”. Por que os zelosos juristas não fizeram o mesmo questionamento de quebra de constitucionalidade quando foi desrespeitado o sigilo da presidenta Dilma, num célebre contato telefônico?
ARIALDO PACELLO
Prescrições No cenário atual, é incompreensível a falta de debates, projetos ou interesse em alterar os prazos prescricionais previstos no Código Penal brasileiro, bem como de abolir de uma vez a prescrição retroativa. Os prazos são de 1940, quando a sociedade e o número de crimes eram muito menores. Do jeito que está, assistiremos a um espetáculo de extinções de punibilidade ao final da Lava Jato, depois de tanto trabalho.
AMELETO MASINI,
Cracolândia O crack é terrível; dentre outros males, destrói os neurônios. Ainda assim, não conseguiu destruir a incrível lucidez da exusuária Janaína Xavier (“Usuário precisa de chance, não de internação à força”, “Cotidiano”, 31/5). Entendo a ação do prefeito João Doria, de quem sou fã; ele deseja tentar fazer alguma coisa para eliminar esse pavoroso mal. Só que, como Janaína disse, a coisa é bem mais complexa do que “acabar com a cracolândia” e internar à força seus habitantes. Parabéns, Folha, por essa verdadeira joia de entrevista!
FERNANDA CORDEIRO GAZOLA