Só três projetos são habilitados a receber recursos de fundo do FGTS
Dois são para linhas de transmissão de energia, e o outro, para portos
Apenas três projetos foram habilitados a receber empréstimos do FI-FGTS na primeira convocação pública para atrair possíveis interessados nos recursos do fundo.
O FI-FGTS, fundo de investimentos formado com recursos do FGTS, havia separado R$ 7 bilhões para financiar obras de infraestrutura. Foram inscritos 34 projetos, que pleiteavam R$ 11,3 bilhões.
Mas apenas R$ 1,323 bilhão foi habilitado, ou seja, passou pelo primeiro crivo do comitê de investimentos do fundo. Dos três projetos habilitados, dois são para a construção de linhas de transmissão de energia e um para portos.
A Xingu Rio Transmissora de Energia deve receber R$ 1 bilhão para instalar um linhão que ligará a região Norte ao Rio. A Empresa Sudeste de Transmissão de Energia foi contemplada com R$ 183 milhões para outra linha, ligando Minas Gerais ao Espírito Santo. E o terceiro empreendimento atendido é a Porto Central Complexo Industrial Portuário, no Espírito Santo.
O desembolso ainda dependerá da estruturação financeira do negócio, que precisará de outros agentes financiadores além do FIFGTS. A taxa de juros também varia de acordo com o risco e com o volume de empréstimos na formação do capital necessário para colocar de pé o empreendimento.
O veículo de financiamento do fundo nos empreendimentos será a compra de debêntures (títulos de dívida emitidos pelo empreendedor).
Segundo Marco Aurélio Queiroz, presidente do comitê de investimentos do fundo e secretário-executivo do Ministério das Cidades, os projetos preveem investimentos totais de cerca de R$ 5 bilhões. O FI-FGTS está emprestando entre 20% e 50% do valor total do empreendimento.
A convocação pública é uma iniciativa que passou a vigorar neste ano.
Com o desembolso inicial ao redor de 10% do volume pretendido pelos investidores, Queiroz afirmou que o momento é de aprendizagem. Ele disse ainda que incertezas abateram o apetite por capital para investimento.
“No segundo semestre de 2016, não houve nenhum projeto apresentado. Isso tem a ver com a realidade econômica do país, que desacelerou e gerou incertezas para investimentos de longo prazo”, disse Queiroz.
Para liberar o restante da verba inicial de R$ 7 bilhões, o FI-FGTS abrirá novo edital no próximo dia 12.