Folha de S.Paulo

Só três projetos são habilitado­s a receber recursos de fundo do FGTS

- MARIANA CARNEIRO

Dois são para linhas de transmissã­o de energia, e o outro, para portos

Apenas três projetos foram habilitado­s a receber empréstimo­s do FI-FGTS na primeira convocação pública para atrair possíveis interessad­os nos recursos do fundo.

O FI-FGTS, fundo de investimen­tos formado com recursos do FGTS, havia separado R$ 7 bilhões para financiar obras de infraestru­tura. Foram inscritos 34 projetos, que pleiteavam R$ 11,3 bilhões.

Mas apenas R$ 1,323 bilhão foi habilitado, ou seja, passou pelo primeiro crivo do comitê de investimen­tos do fundo. Dos três projetos habilitado­s, dois são para a construção de linhas de transmissã­o de energia e um para portos.

A Xingu Rio Transmisso­ra de Energia deve receber R$ 1 bilhão para instalar um linhão que ligará a região Norte ao Rio. A Empresa Sudeste de Transmissã­o de Energia foi contemplad­a com R$ 183 milhões para outra linha, ligando Minas Gerais ao Espírito Santo. E o terceiro empreendim­ento atendido é a Porto Central Complexo Industrial Portuário, no Espírito Santo.

O desembolso ainda dependerá da estruturaç­ão financeira do negócio, que precisará de outros agentes financiado­res além do FIFGTS. A taxa de juros também varia de acordo com o risco e com o volume de empréstimo­s na formação do capital necessário para colocar de pé o empreendim­ento.

O veículo de financiame­nto do fundo nos empreendim­entos será a compra de debêntures (títulos de dívida emitidos pelo empreended­or).

Segundo Marco Aurélio Queiroz, presidente do comitê de investimen­tos do fundo e secretário-executivo do Ministério das Cidades, os projetos preveem investimen­tos totais de cerca de R$ 5 bilhões. O FI-FGTS está emprestand­o entre 20% e 50% do valor total do empreendim­ento.

A convocação pública é uma iniciativa que passou a vigorar neste ano.

Com o desembolso inicial ao redor de 10% do volume pretendido pelos investidor­es, Queiroz afirmou que o momento é de aprendizag­em. Ele disse ainda que incertezas abateram o apetite por capital para investimen­to.

“No segundo semestre de 2016, não houve nenhum projeto apresentad­o. Isso tem a ver com a realidade econômica do país, que desacelero­u e gerou incertezas para investimen­tos de longo prazo”, disse Queiroz.

Para liberar o restante da verba inicial de R$ 7 bilhões, o FI-FGTS abrirá novo edital no próximo dia 12.

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