Vantagens tarifárias com a Argentina derivadas do Mercosul e do acordo automotivo.
DE SÃO PAULO
O recuo da presença brasileira no mercado argentino atingiu diversos setores, segundo estudo da FGV feito a pedido da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Dos 26 principais produtos brasileiros exportados para a Argentina em 2005, o Brasil era o principal vendedor em 25. Uma década depois, considerando a mesma lista de produtos, o país mantinha a dianteira em apenas 18.
Em todos esses 18, contudo, a distância para o segundo colocado diminuiu.
A recuperação atual, com o mercado argentino retomando neste ano o posto de principal comprador de manufaturados do país, não foi suficiente para afastar a preocupação do empresariado.
Isso porque o saldo ainda é desfavorável ao país: ao final de 2016, os produtos brasileiros representavam 24,5% das importações argentinas, ante 34,8% dez anos antes.
O recuo em várias frentes decorre da perda de competitividade dos produtos brasileiros e da chegada de rivais agressivos no mercado argentino, indica a pesquisa.
Se em 2005 os brasileiros disputavam especialmente com mercadorias da Alemanha, Estados Unidos e França, atualmente a concorrência maior é com China, México, Coreia do Sul e Tailândia.
Além de ter fronteira com a Argentina, o país possui MEDIDAS Para auxiliar os brasileiros nessa disputa, a indústria criou o Conselho Empresarial Brasil-Argentina. A nova entidade, que reúne 58 empresas e associações setoriais, realizou sua primeira reunião nesta quinta-feira (8).
“Há um potencial tremendo nos dois países que não é explorado em sua plenitude”, diz Ricardo Lima, presidente da cimenteira Intercement, que presidirá o conselho. “Está na hora de a iniciativa privada ser mais atuante.”
O conselho defende medidas para ampliar os investimentos na Argentina e reduzir barreiras ao comércio.
Entre as suas prioridades, estão ainda medidas para aumentar o comércio de serviços com o país vizinho.
Hoje, a Argentina ocupa o nono lugar entre os principais compradores de serviços do país, com apenas 2% do que os brasileiros exportam.
As empresas brasileiras querem aproveitar o fôlego recente nas exportações, que subiram 20% em 2017, para recuperar o espaço perdido no principal parceiro na região.