Ministro de Trump nega elo com Rússia
Jeff Sessions (Justiça) chama de ‘mentira detestável’ suposto esquema com Moscou para interferir nas eleições
Secretário diz que não conversou ‘nada de impróprio’ em reunião com Sergei Kislyak, embaixador russo
Ao atender à Comissão de Inteligência do Senado para depor, o secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, disse nesta terça (13) que qualquer acusação de que tenha participado de um conluio com a Rússia para interferir nas eleições de 2016 é uma “mentira detestável”.
Assim como o FBI (polícia federal americana), a comissão também conduz uma investigação sobre possíveis conexões entre membros da equipe de campanha de Donald Trump e Moscou.
“A sugestão de que eu participei de algum conluio, que eu sabia de algum conluio com o governo russo para prejudicar esse país (…) ou para minar a integridade do nosso processo democrático é uma mentira pavorosa e detestável”, disse.
O secretário, que foi senador pelo Alabama por 20 anos, foi questionado por excolegas sobre o contato com o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak, num evento de campanha de Trump no Hotel Mayflower, em Washington, em abril de 2016.
Na última quinta (8), em sessão fechada da mesma comissão, o ex-diretor do FBI James Comey disse que Sessions e Kislyak tiveram uma conversa naquele dia —o contato não havia sido informado pelo Departamento de Justiça, que confirmara apenas dois outros encontros.
Sessions primeiro afirmou que não teve encontro privado naquele dia com o embaixador. Depois, disse que não se lembrava se eles teriam conversado em meio ao evento. “Certamente eu posso garantir que [não conversei sobre] nada impróprio.”
No momento de maior tensão na audiência, Sessions se irritou quando o democrata Ron Woden pediu que ele esclarecesse uma declaração feita por Comey em sessão fechada. O ex-diretor do FBI disse que o afastamento de Sessions da investigação do FBI sobre a Rússia envolvia questões “problemáticas”.
“Não há nenhuma [questão problemática]. Essa é uma insinuação maldosa que está sendo vazada sobre mim e eu não gosto disso”, disse.
No início de março, Sessions anunciou que se afastaria da investigação sobre a Rússia depois de o “Washington Post” revelar que ele havia se reunido duas vezes com o embaixador Kislyak. COMEY E TRUMP Senadores perguntaram a Sessions sobre sua resposta à preocupação manifestada a ele por Comey sobre os encontros privados com Trump. O secretário disse que a conversa reservada entre o presidente e o diretor do FBI “por si só não é imprópria”.
“Mas não seria apropriado compartilhar informação [com Trump] sem revisão ou permissão”, disse, numa sugestão de que Comey teria errado ao informar o presidente que ele não era alvo da investigação.
Sessions também disse que o ex-diretor do FBI não teria informado a ele o conteúdo das conversas com Trump — na qual Comey diz que o presidente sugeriu deixar de lado a investigação sobre o exconselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.
O secretário afirmou não saber se o presidente grava as conversas no Salão Oval e se recusou a responder sobre o que teria falado com Trump sobre a demissão de Comey.