Decisão sobre ‘bondades’ não vai sair logo
Apesar das pressões da equipe política, o presidente Michel Temer resiste à adoção imediata de propostas de estímulo à economia que possam aumentar o rombo das contas públicas, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
As medidas sofrem oposição do Ministério da Fazenda, que manifestou sua contrariedade ao Planalto.
Para a pasta, propostas consideradas muito flexíveis, em oposição ao discurso de austeridade do ajuste fiscal, poderiam deteriorar o que ainda resta de credibilidade do governo diante do mercado.
Temer pediu que seus auxiliares ampliem os estudos sobre propostas para retomar o consumo, aumentar a renda da população e estimular investimentos, mas avisou que nenhuma decisão será tomada até que ele volte de uma viagem oficial à Rússia, no dia 23.
Os principais conselheiros políticos de Temer insistem na adoção de um “pacote de bondades” para ajudar o presidente a melhorar sua popularidade em meio à crise aberta a partir da delação da JBS.
Essa área do governo trabalha principalmente com propostas de alívio no Imposto de Renda para pessoas físicas, como a redução de alíquotas e o aumento da parcela da população que fica isenta de pagar o tributo.
A Fazenda considera impossível a adoção de medidas que representem perda de arrecadação.
Para a equipe econômica, propostas de flexibilização das contas públicas dariam ao mercado um sinal de desvio das premissas do ajuste fiscal, uma vez que os investidores já lançam dúvidas sobre o avanço das reformas.