A um ano da Copa, só 33% dos estádios estão prontos
Número de arenas já entregues é menor que o do Brasil
ORGANIZAÇÃO FOLHA,
Daqui a um ano, a Rússia abrirá as portas para o planeta para receber a primeira Copa do Mundo de sua história. Até lá, precisará inaugurar oito dos 12 estádios que serão usados em 11 cidades-sedes. A capital Moscou será a única a contar com duas arenas.
O número de instalações entregues pela Rússia (33%) é menor do que o do Brasil a um ano do Mundial de 2014.
Em junho de 2013, seis das 12 arenas da Copa do ano seguinte já estavam prontas.
Em entrevista coletiva no fim de maio, o presidente do COL (Comitê Organizador Local), Vitaly Mutko, disse que até o fim deste ano todas as construções estarão prontas.
A única que preocupa e pode ter sua conclusão adiada é a Arena Cosmos, em Samara, que começou a ser erguida em 2014 e será palco de seis partidas no Mundial.
“Esta é a única arena em que estamos com o cronograma atrasado, principalmente no que diz respeito à estrutura do gramado”, afirmou o dirigente aos jornalistas.
Até por causa da grande quantidade de estádios em obras, a Copa das Confederações, que começa neste sábado (17), será bem compacta.
Serão utilizados apenas quatro estádios, mesmo número de arenas da competição na África do Sul, em 2009. O Mundial daquele país, no entanto, contou com somente dez campos de jogo.
Há quatro anos, o Brasil fez o evento-teste em seis estádios que seriam usados 12 meses depois na Copa do Mundo. Pôde, inclusive, testar o Maracanã, palco da final.
É algo que a Rússia não poderá fazer. O estádio Luzhniki foi fechado em 2014 para passar por uma grande reestruturação e, em razão disso, o COL nem cogitou usá-lo na Copa das Confederações.
A ideia inicial era que ele fosse aberto em junho, na janela de amistosos da Fifa.
Chegou-se até a cogitar um jogo da Rússia com o Brasil para a inauguração, que como se sabe não aconteceu. A Copa do Mundo ainda precisa conhecer 29 dos 32 times que estarão em ação. Até o momento, os únicos países com vaga são a anfitriã Rússia, o Brasil e o Irã. Este último assegurou a classificação na última segunda-feira (12) ao bater o Uzbequistão por 2 a 0. As eliminatórias, incluindo as repescagens intercontinentais, se encerrarão somente em 14 de novembro. No dia 1º de dezembro, no Palácio Estatal do Kremlim, será realizado o sorteio para a definição dos oito grupos e a confecção da tabela.
Agora, o plano é um amistoso com a Argentina em novembro ou outra partida um pouco antes, em outubro.
Certo é que caberá à seleção nacional reinaugurar o estádio, utilizado nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980.
Ele também foi palco da final da Liga dos Campeões de 2008, quando o Manchester United superou o Chelsea para ficar com o troféu.
“O estádio está pronto. O que falta é parte do acabamento interno e as obras do entorno. Mas teremos jogo lá neste ano”, disse Mutko. TOQUE DE CAIXA À parte o Luzhniki e as arenas de Volgogrado e Ekaterimburgo, os outros cinco estádios ainda em obras começaram a ser erguidos do zero.
Apesar de as autoridades dizerem que todos estão próximos de serem concluídos, saber o real estágio dos andamentos do trabalho é uma difícil missão. Consultado duas vezes pela Folha sobre a porcentagem de avanço das obras, o COL não respondeu aos e-mails enviados.
Procurada, a Fifa informou que o comitê é o único órgão responsável por dar este tipo de informação. Na imprensa russa, tampouco há divulgação de números relativos ao andamento das obras.
O que a Fifa tem feito é publicar mensalmente em seu site fotos dos trabalhos e informações simples sobre cada um dos estádios. Na última atualização, em 26 de maio, a entidade que rege o futebol dizia “que as obras seguiam em ótimo ritmo”.
Em maio, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, esteve em um evento com o presidente russo Valdimir Putin na cidade Krasnodar —que possui moderna arena para 34,2 mil espectadores inaugurada em 2016 que não será usada no mundial— e reafirmou sua confiança nos russos.
“Sempre estive convicto de que a Rússia cumprirá com todas as suas obrigações e agora já podemos ver os fatos concretos. Como presidente da Fifa e um fã de futebol eu convido todos a virem para a Rússia”, disse o cartola.
Para receber a Copa, a Rússia está investindo US$ 11 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões) na construção de estádios e em obras de infraestrutura.
Foram US$ 3,45 bilhões (R$ 11,4 bilhões) somente com arenas. A maior parte da verba vem dos cofres públicos.
O valor poderia ser ainda maior em dólares, mas desde a escolha do país como sede, em dezembro de 2010, o rublo desvalorizou quase 50%.
No Brasil, os gastos foram um pouco menores: R$ 32,3 bilhões no total, sendo R$ 10 bilhões em estádios (em valores corrigidos pelo IPCA).
“Faremos todo o possível para que tudo esteja no melhor nível para dirigentes, jogadores e torcedores”, afirmou Vladimir Putin. ESTÁDIO SPARTAK
Concluído
Inaugurado em set.2014
Capacidade
45.360 espectadores
Custo
US$ 325 milhões* 5
Jogos na Copa
ARENA KAZAN
Concluída
Inaugurada em jul.2013
Capacidade
45.379 espectadores
Custo
US$ 324 milhões* 6
Jogos na Copa ESTÁDIO NIZHNY NOVGOROD Capacidade
(Novo estádio) Em obras Obras iniciadas em 2015 45.331 espectadores
Custo estimado
US$ 310 milhões 6
Jogos na Copa ARENA ROSTOV
(Novo estádio)
Em obras
Obras iniciadas em 2014
Capacidade
45.145 espectadores
Custo estimado
US$ 350 milhões 5
Jogos na Copa