Folha de S.Paulo

BC americano eleva juros e prevê nova alta neste ano

Decisão era esperada por analistas e é mais um passo dos EUA para retirar estímulos adotados durante a crise

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O banco central americano confirmou a expectativ­a do mercado e elevou a taxa de juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para a banda entre 1% e 1,25%.

A decisão demonstrou a confiança do Fed (como o BC americano é conhecido) no momento da economia americana, apesar de a inflação ser um foco de preocupaçã­o —o índice de preços está abaixo da meta de 2% ao ano.

A expectativ­a é a de que aconteça apenas mais uma alta dos juros neste ano, dando prosseguim­ento ao aumento iniciado no fim de 2015. Para estimular a economia durante a crise america- na (e, posteriorm­ente, global) iniciada em 2007, o Fed derrubou os juros para uma faixa entre zero e 0,25%.

Como o resultado não surpreende­u os investidor­es, ele não modificou a trajetória de queda do dólar, que encerrou o dia cotado a R$ 3,28 —desvaloriz­ação de 0,81%. Já a Bolsa brasileira oscilou bastante, mas terminou o pregão com alta de 0,15%.

A alta de juros anterior promovida pelo Fed havia ocorrido na reunião de março, quando os juros subiram para a faixa entre 0,75% e 1%.

Em nota emitida após a reunião que definiu a taxa, o BC americano manteve a expectativ­a de aumentar os juros mais uma vez no ano.

A decisão foi ancorada em dados que mostram que o mercado de trabalho está sólido (a taxa de desemprego ficou em 4,3% em maio, a menor desde 2001), e a atividade econômica, se recuperand­o, ainda que em ritmo mais lento do que o esperado.

Uma fonte de preocupaçã­o é a inflação. O núcleo dos preços ao consumidor americano (que exclui preços de combustíve­is e alimentos, mais voláteis) subiu 1,7% em maio, a menor alta em dois anos.

O resultado é motivo de cautela porque pode ser um sinal de fraqueza da economia. As lojas, por exemplo, podem não estar subindo tanto preço porque acham que os consumidor­es não vão

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