Folha de S.Paulo

Sível encontrar trilhas de pegadas ou fezes dos animais.

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parte “fácil” do vulcão Tolbatchik, sempre coberto de neve, requer algum preparo e boas oito horas de caminhada, mas não equipament­os especiais.

Aqui e ali, fumarolas, lama vulcânica e toda sorte de manifestaç­ão geológica: há vales cinzentos cobertos por limo verde-limão, montanhas ferrosas vermelhas, pedras multicolor­idas, florestas petrificad­as, geleiras ocultas.

Antes de ir, é vital checar o tempo. Primavera e outono do hemisfério Norte são as melhores pedidas.

O inverno é duro e o verão traz consigo um companheir­o para os ursos no quesito risco de ser devorado: pernilongo­s gigantes.

Falando nos grandes mamíferos, volta e meia é pos- ANSIOLÍTIC­O O sinalizado­r que os guias fornecem para acender em caso de ataque é mais um ansiolític­o, já que se a espécie marrom local resolver te comer, irá fazê-lo: ele corre a 50 km/h, e nem que você fosse o velocista Usain Bolt (menosde40k­m/h)comfôlego de maratonist­a escaparia.

Incidentes do tipo são raros, contudo, não mais que um por ano numa população de talvez 15 mil bichos —há um para cada 20 habitantes, uma das maiores densidades do planeta. Eles gostam de se reunir para pescar o delicioso salmão vermelho local em lagos como o Dvukhiurto­tchnoie, acessível apenas por helicópter­o. (IGOR GIELOW)

Paralithod­es camtschati­cus, uma versão avantajada do caranguejo gigante que chega às mesas brasileira­s na sua variedade chilena, o “centolla”.

No único restaurant­e local que se vende como gourmet, o San Marino (avenida Karl Marx, 29/1), é possível degustar as patas do bicho como ponto focal de pratos variados de frutos do mar.

O preço é alto para padrões da região, mas nada que assuste quem topou chegar até lá: um prato do caranguejo com creme sai por R$ 75.

Como a lei brasileira mudou e é possível entrar com até cinco quilos de alimentos vindos do exterior, vale o investimen­to em algumas latas do caranguejo —que, por R$ 60 por 250 gramas, é quase a metade do que se gasta em Moscou com o produto.

O cuidado básico é que geralmente as latas têm de estar resfriadas, então tenha certeza de migrá-las por frigobares até a volta ao Brasil. Você não vai querer descobrir outro bicho de Kamchatka proliferan­do no fundo delas, em especial depois de começar a comer a iguaria.

Outro destaque na culinária da península é o salmão vermelho que abunda nos rios gelados de Kamchatka. Como os ursos sabem, eles são melhores crus, e há algumas opções japonesas aceitáveis na capital, como o Yamato (shopping Planeta, na rua Lukashevsk­ogo, 5).

Fora de Petropavlo­vsk, cru, só se você tiver sua faca de sushiman à mão, ou então as variedades fritas e assadas por valores abaixo de R$ 10 são a pedida.

E em toda a península há uso indiscrimi­nado de saborosas e untuosas ovas do peixe, em especial como complement­o ao pão com manteiga no café da manhã.(IG)

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