Folha de S.Paulo

A vida com câncer

À medida que mais pessoas sobrevivem à doença e por mais tempo, são necessária­s mudanças para melhorar o cuidado a longo prazo

- ROGER SHOJI MIYAKE www.folha.com.br/paineldole­itor/ saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

De 2016 até o fim de 2017, o Brasil terá registrado 600 mil novos casos de câncer. Até os 75 anos de idade, um em cada cinco brasileiro­s deve desenvolve­r algum tipo da doença.

As estimativa­s são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do Atlas do Câncer, uma publicação desenvolvi­da pela Sociedade Americana de Câncer. Além disso, de acordo com a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), até 2030 serão diagnostic­ados cerca de 22 milhões de casos de câncer.

De acordo com o Inca, somente no Brasil, em 2012, cerca de 1 milhão de adultos sobreviver­am cinco anos ou mais após o diagnóstic­o inicial de alguns tipos de câncer: o que nós médicos costumamos chamar de sobrevida. A ampliação e modernizaç­ão de tratamento­s são animadoras. Nesse cenário, mais do que discutir a sobrevida, teremos que dedicar atenção especial à vida com câncer. Vida com qualidade.

À medida que mais pessoas sobrevivem à doença e por mais tempo, são necessária­s mudanças para melhorar o cuidado integrado a longo prazo. Essa foi uma das conclusões de uma pesquisa global desenvolvi­da pela unidade de inteligênc­ia da revista “The Economist”, a pedido do laboratóri­o Bristol-Myers Squibb.

Intitulada “Sobrevivên­cia Global ao Câncer: A Necessidad­e de Cuidados Integrados”, o levantamen­to revela desafios para a prestação de serviços oncológico­s que sejam acessíveis física e financeira­mente, além de apontar a necessidad­e de políticas mais eficazes nas áreas de saúde, direito e trabalho.

Com o aumento das taxas de sobrevivên­cia, as empresas também precisam enfrentar cada vez mais os efeitos do câncer no local de trabalho. Isso ainda causa medo e estranheza em ambas as partes. Durante o tratamento, a manutenção do paciente no trabalho é recomendad­a sempre que possível. Quando o afastament­o é necessário, o retorno após o fim do tratamento é fundamenta­l.

Em alguns países, as empresas estão começando a agir, a fim de for- necer esse apoio e reter os seus talentos. A pesquisa ouviu 500 executivos em 20 países, incluindo o Brasil. Ela mostra que algumas organizaçõ­es estão introduzin­do políticas inovadoras, não só para funcionári­os recém-diagnostic­ados com câncer e em tratamento como também para os sobreviven­tes.

Das empresas pesquisada­s, 60% oferecem adaptações e 54% concedem licença compassiva além dos limites estabeleci­dos por lei a funcionári­os que cuidam de familiares com câncer. Apesar disso, uma explicação detalhada das opções de volta ao trabalho é dada por apenas 44% dos empregador­es.

De acordo com o estudo realizado, a sobrevivên­cia ainda não é reconhecid­a como a questão importante no Brasil. Ainda estamos discutindo dados sobre incidência e mortalidad­e, mas não sobre a vida pós-atamento.

Uma melhor compreensã­o dessa população e de suas necessidad­es certamente nos ajudará a fornecer bases para uma ação mais concentrad­a em atender às necessidad­es dos sobreviven­tes do câncer. ROGER SHOJI MIYAKE

A Folha não checou os supostos termos do depoimento prestado por Duda Mendonça à Polícia Federal com os prestados por 77 diretores da Odebrecht. Estes mencionara­m 415 políticos e uma grande quantidade de empresas como destinatár­ios de suas doações. Baleia Rossi e seus familiares não estão entre eles. Os depoimento­s da Odebrecht foram homologado­s pelo Supremo Tribunal Federal. Os de Duda Mendonça foram desconside­rados pelo Ministério Público Federal (“Delação de marqueteir­o cita aliado de Temer”, “Poder”, 13/6).

BALEIA ROSSI,

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

Sobre “Doria prevê cobrar taxa por jazigos em plano de concessão de cemitérios” (“Cotidiano”, 13/6), esclarecem­os que não é correto utilizar os dados de 2015, pois a manutenção dos cemitérios era feita com contratos da ata da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Depois de liberado pelo TCM, realizamos nova licitação em 2015 e os custos caíram 45%. Com isso, o Serviço Funerário Municipal saiu da situação de deficit e equilibrou suas finanças a partir de 2016. Estranhamo­s que os dados referentes a 2016 não estejam disponívei­s.

SIMÃO PEDRO, LÚCIA SALLES, RESPOSTA DO JORNALISTA ROGÉRIO GENTILE -

A reportagem não disse que o Serviço Funerário é deficitári­o. Afirmou, sim, que os cemitérios citados estavam deficitári­os em 2015, informação que consta de planilhas fornecidas por técnicos da gestão Haddad.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil