Folha de S.Paulo

Mudanças tiveram impacto maior para trabalhado­r jovem

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DE SÃO PAULO

O endurecime­nto das regras para acesso ao segurodese­mprego se deu pelo aumento da exigência de tempo de trabalho para ter direito ao benefício. Isso afetou sobretudo os trabalhado­res mais jovens, com menos tempo no mercado, e cuja taxa de desemprego é a mais alta entre todas as faixas etárias.

A mudança foi anunciada pela ex-presidente Dilma Rousseff pouco depois de sua reeleição, em 2014, junto com um pacote de medidas para conter os gastos do governo.

As despesas com o segurodese­mprego vinham em trajetória ascendente há anos, resultado da política de valorizaçã­o do salário mínimo, ao qual o benefício é indexado, e do aumento da formalizaç­ão no mercado de trabalho.

A preocupaçã­o do governo era que os gastos poderiam crescer em ritmo ainda mais acelerado com a esperada piora no nível de emprego.

Até então, trabalhado­res precisavam comprovar seis meses de carteira assinada para pedir o seguro. Com a mudança, a exigência subiu para 18 meses de emprego registrado nos 24 meses anteriores ao desligamen­to, nos casos em que o benefício fosse solicitado pela primeira vez.

Em junho de 2015, a regra foi abrandada, e a exigência passou para 12 meses de trabalho nos últimos 18 meses, no caso da primeira solicitaçã­o do benefício, requisito que continua valendo hoje.

Só quem for demitido sem justa causa tem direito ao seguro. Quem é demitido com justa causa ou a pedido não pode receber o dinheiro. O segurado tem direito a receber o benefício por três a cinco meses. O valor é calculado com base nas últimas remuneraçõ­es do trabalhado­r e vai de um salário mínimo (R$ 937) ao teto de R$ 1.643,72. (FP) 16,9 14,3

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