Folha de S.Paulo

JARDIM DE ESPINHOS

Em meio a crise de verbas, Balé da Cidade abre hoje segunda temporada do ano, trazendo de volta ‘Paraíso Perdido’ e ‘Cacti’ até o próximo dia 25

- IARA BIDERMAN COLABORAÇíO PARA A

FOLHA

Depois de “Risco”, uma criação inédita sobre o grafite apresentad­a em maio, o Balé da Cidade inicia sua segunda temporada de 2017 nesta sexta (16) sem estreias, com as obras “Cacti” (2014) e “Paraíso Perdido” (2011).

“Fui questionad­o por não trazer obras novas, coreógrafo­s internacio­nais”, diz Ismael Ivo, diretor da companhia de dança do Theatro Municipal de São Paulo. “Tenho que ser honesto: estamos em contenção de orçamento, numa crise econômica geral, fazendo arte em cima de ruínas e apesar delas.”

Sua resposta foi voltar a montar obras do repertório. “Voltei ao corpo-arquivo; o Balé da Cidade vai fazer 50 anos em 2018 e tem preciosida­des em seu acervo, joias coreográfi­cas que continuam muito atuais”, afirma.

Segundo o diretor, circula a ideia enganosa de que, enquanto a Secretaria Municipal de Cultura cortou a verba dos editais de fomento à dança, há dinheiro de sobra para o balé da Fundação Theatro Municipal.

“Eu tinha R$ 60 mil para fazer ‘Risco’”, recorda Ivo. Quando soube do valor, pensei em pegar minhas malas e fugir. Mas tinha que fazer, a minha proposta era me arriscar mesmo”, diz.

Para a temporada atual, o diretor dispõe de uma verba de R$ 89 mil, que inclui o pagamento dos direitos autorais dos criadores, o sueco Alexander Ekman (“Cacti”) e o grego Andonis Foniadakis (“Paraíso Perdido”).

Só a luz de “Cacti”, que por contrato tem de ser reproduzid­a exatamente como foi concebida pelo coreógrafo, está orçada em R$ 24 mil.

O corte de verbas decorrente do contingenc­iamento, no início do ano, de parte do Or-

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Cena de ‘Cacti’, da nova temporada do Balé da Cidade

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