ELA FRENTE
Ncia de foto recorre a investidores para não perder o foco
corporada à equipe da agência em definitivo.
Impressiona ainda mais que a Magnum tenha sobrevivido por sete décadas a tantos egos. Fotógrafo é uma raça complicada, cheia de vaidade, soberba, reclamações e ingenuidades. FOTO A US$ 100 Mesmo que na parte financeira ela tenha sido golpeada pela criação de grupos rivais como a VII e a Noor, a agência nunca teve sua santidade ameaçada. Porém preservar o legado é caro.
Em 2014, a Magnum contratou David Kogan para ser CEO da empresa. A primeira mudança do gerente foi reforçar o relacionamento da marca com o público em geral, em vez de estreitar laços com meios de comunicação.
Cortou etapas e criou uma venda anual de fotografias assinadas, por US$ 100 cada uma (cerca de R$ 333) —um preço acessível. Quem comprou, porém, deve ter ficado um tanto chateado com o tamanho acanhado das cópias. Ao aceitar investimento externo, fica claro que a estratégia não tapou o buraco.
Agora, a mudança significa a criação de uma subsidiária, a Magnum Global Ventures, que controlará todos os ativos da empresa. Para John Vink, o membro desertor que curiosamente votou a favor da modificação, assinar o novo contrato significa ter de aceitar trabalhos oferecidos pela agência, o que restringiria sua liberdade.
“Tenho certeza de que o material produzido pela Magnum continuará a nos inspirar”, afirmou Vink ao “British Journal of Photography”. “O contexto em que será produzido será um ajuste ao mundo em que vivemos. É assustador e aparentemente inevitável. Por sorte, existem salvaguardas na configuração da agência que garantem que a Magnum estará aí por muito tempo. E é claro que isso é algo muito bom.”
Se dessa vez a mudança se mostrar efetiva, a agência chegará bem aos cem anos. E se cada vez mais pessoas fotografam nos dias de hoje — um dos motivos que diminuiu a força financeira da agência—, mais pessoas se interessarão pela história da fotografia. E essa história passa pelo legado da Magnum.